BR-163 continua fechada e exportações de soja podem ser interrompidas
A BR-163 continua fechada para o transporte da soja de Mato Grosso até o porto de Miritituba, no Pará. A rodovia é a única rota de acesso ao porto. Os bloqueios são itinerantes e não têm dada para encerrar. Sábado (08) a comunidade de Três Bueiros fechou a rodovia. No domingo (09) a estrada foi fechada no distrito de “Caracol” e hoje (10) está fechada no município de Trairão. Os caminhões se acumulam às margens da rodovia e os embarque de soja em Miritituba podem ser interrompidos a qualquer momento.
Os bloqueios permitem o retorno dos caminhões vazios a Mato Grosso, mas não permitem a ida dos caminhões carregados até os armazéns do porto de Miritituba.
O protesto e o risco de interrupção das exportações de soja foram destaque na agência de notícias Reuters, mas a imprensa brasileira tem enfatizado a pauta do movimento ambientalista.
No final da semana passada a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) enviou carta ao presidente Michel Temer pedindo atenção à situação.
O povo da região da BR-163 exige que o Ministro do ½ Ambiente, Sarneyzinho filho, cumpra a a promessa que fez de enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei que solucione o problema dos colonos da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim. Criada em 2006 por Marina Silva em área já ocupa por colonos, a Flona não permite a coexistência com as pessoas que terão que ser expulsas da área.
Leia a notícia na íntegra no blog Ambiente Inteiro.
Protestos na BR-163 devem ser retomados a partir de terça-feira no Pará
(Reuters) - Produtores rurais, pecuaristas, madeireiros e comerciantes devem continuar os protestos na BR-163, no sudoeste do Pará, nos próximos dias, disse o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja-PA), Vanderlei Ataídes, nesta segunda-feira.
Ele comentou que os bloqueios, realizados desde a semana passada, devem ser retomados a partir de terça-feira em Castelo dos Sonhos, distrito de Altamira cortado pela rodovia que é a principal ligação entre as áreas produtoras de grãos de Mato Grosso e o terminal fluvial de Miritituba, no Pará.
As manifestações são, principalmente, contra o veto do presidente Michel Temer à medida provisória 756, que alterava os limites da Floresta Nacional do Jamanxim.
A demanda é pelo governo editar "um projeto de lei em regime de urgência para resolver as questões de conflitos fundiários nas unidades de conservação ao longo da rodovia", segundo um comunicado do grupo responsável pelos protestos repassado à Reuters por Ataídes.
Conforme esse comunicado, há bloqueios programados para até terça-feira da próxima semana, dia 18, em municípios e comunidades da região, como Moraes Almeida, Alvorada da Amazônia e Novo Progresso, onde um caminhão com veículos do Ibama teria sido incendiado na semana passada.
Os protestos têm prejudicado o transporte de grãos, principalmente milho, em Miritituba.
Na semana passada, o gerente de economia da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral, disse que a programação de chegadas foi reduzida em 75 por cento e que os prejuízos poderiam chegar a 400 mil dólares por dia com eventuais cancelamentos de embarques.
(Por José Roberto Gomes)