BR-163: No trecho dos atoleiros, circulam, por enquanto, só os caminhões vazios

Publicado em 02/03/2017 12:39
Caminhoneiros sofrem com a falta de recursos e pedem ajuda imediata; soja perde qualidade nas carretas

Há dois dias não chove no trecho dos atoleiros da BR-163 - entre Cuiabá e Santarém - e o trânsito começa a fluir ainda de forma muito lenta na região. A normalização do tráfego só deve se dar mesmo na próxima segunda-feira (6), segundo informações da Polícia Rodoviária Federal passada aos caminhoneiros. 

Apesar disso, o caos segue instalado e as fotos e vídeos que chegam ao Notícias Agrícolas enviadas pelos caminhoneiros que ainda estão no local - alguns há 20 dias - são de estradas que continuam intransitáveis, muita lama, além da falta de recursos para os veículos e para as pessoas que seguem presas no congestionamento. 

Segundo o motorista Antônio Carlos Souza Gonçalves, que segue na região dos atoleiros, apenas os caminhões vazios e com destino ao Mato Grosso conseguem circular. "Os que estão indo para o porto de Miritituba não estão conseguindo seguir viagem", diz. "Sem manutenção, não tem condições de trabalhar nas estradas daqui", relata o caminhoneiro. 

Ainda segundo informações de caminhoneiros que estão sendo compartilhadas em redes sociais, a fila de veículos de uma ponta à outra - dos carregados aos cheios - já chega a 90 quilômetros. O trânsito no local, nas próximas semanas, deverá ser interrompido para que algumas obras comecem a ser realizadas. 

Segundo o governo do estado do Pará, já há oito municípios em situação de emergência: Trairão; Itaituba; Xinguara; Bragança; Rio Maria; Bannach; Conceição do Araguaia e Santa Maria das Barreiras, reflexo do maior volume de chuvas dos últimos dez anos, conforme noticiou o G1 PA. 

O trecho

O trecho de Novo Progresso, no Pará, ao porto de Miritituba tem 400 quilômetros. De Novo Progresso a Moraes de Almeida são 106 quilômetros - sendo 53 de estrada de chão, em boas condições, e mais 53 de asfalto. A situação se agrava passando esses municípios e chegando na comunidade de Três Bueiros. 

"Ali já começa o transtorno dos caminhões. Antes de Três Bueiros, já tem uma fila de 20 a 30 km de fila, em cima do asfalto ainda. Começando a estrada de chão na comunidade Santa Luzia, tem mais 35 km até chegar no Caracol, onde se encontra um fluxo de caminhão. E segundo relatos de quem ainda está lá, o pessoal que está lá está muito revoltado, porque tiraram os caminhões vazios da estrada, mas os carregados não andam, sentido porto", explica o caminhoneiro Danilo Giglioti, que já conseguiu sair da região. 

E esses carregamentos - de soja na sua maioria - já começam a perder qualidade, com os grãos ardendo e a soja até brotando nas carretas. O vídeo a seguir mostra essa situação.

Veja ainda:

No G1 PA: Caminhões parados em atoleiro na BR-163 começam a circular, no Pará

Milhares de caminhões que estavam parados há três semanas nos atoleiros da BR-163, no sudoeste do Pará, voltaram a circular parcialmente na última quarta-feira (1º). O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), órgão gestor das rodovias federais, liberou uma das pistas para tráfego de veículos, mas a situação ainda é crítica na rodovia.

Na última terça-feira (28), parte dos serviços para a liberação do tráfego na BR-163 foi concluído e na noite de quarta-feira o Dnit informou que liberou o trânsito em direção a Mato Grosso. A liberação reduziu a fila de 3 mil caminhões que estavam impedidos de seguir viagem por causa dos atoleiros.

As equipes tentam liberar ainda a passagem para os portos de Miritituba e Santarém. O Exército e a Defesa Civil começaram a entregar água e mil cestas básicas aos caminhoneiros que ainda estão parados.

Leia a notícia na íntegra no site do G1 PA

G1 MT: Cerca de 40 veículos estão presos em atoleiros no Araguaia, diz Defesa Civil

A Defesa Civil do estado avalia que cerca de 40 caminhões se encontram parados nas estradas estaduais que cortam a região do Araguaia, em Mato Grosso, devido aos atoleiros causados pelas constantes chuvas no local. Entre as rodovias que mais preocupam o órgão estão as MT-322, MT-430 e MT-437.

A situação, que já era preocupante há uma semana, se agravou durante o período de Carnaval, principalmente nos municípios de Colniza, São José do Xingú, São Féliz do Araguaia e Luciara, conforme o órgão.

Leia a notícia na íntegra no site do G1 MT e, na sequência, veja fotos de divulgação da Defesa Civil do estado. 

Por: Carla Mendes e Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Rota dos Sertões: ANTT aprova audiência pública para tratar da concessão de trecho estratégico da BR-116 e da BR-324
Armazenagem: Soluções para problema crônico no BR é tema de Seminário Modelo Harvard para produtores brasileiros
Preço do frete por quilômetro cai pela primeira vez desde maio e fecha outubro em R$ 6,40, aponta Edenred Repom
Taxa de juros Selic: especialistas comentam expectativa para decisão do Copom
Fechamento dos portos da costa oeste do Canadá entra no segundo dia
VLI planeja investir R$10,5 bi no Corredor Sudeste e indica alta de 80% no volume em 30 anos
undefined