Ritmo de investimentos em armazenagem diminui no Rio Grande do Sul
Após dois anos de euforia provocada pela liberação de recursos para financiamento de silos, a indústria de armazenagem está funcionando em ritmo bem mais lento. O motivo, segundo os empresários, é a maior restrição na concessão de crédito por parte das instituições financeiras desde a metade de 2015 - quando novas taxas de juro entraram em vigor. Responsável por 60% da produção de equipamentos do pós-colheita do Brasil, a região de Panambi está sentindo em cheio os efeitos dessa retração.
- O mercado está praticamente parado. Os financiamentos estão saindo a conta-gotas - lamenta Edson Schäfer, diretor-presidente da Joscil, fabricante de equipamentos para armazenagem com sede em Condor, no Noroeste.
Em 2015, as indústrias de armazenagem do país tiveram uma redução de 25% no faturamento, conforme informações da Associação Brasileira de Máquinas (Abimaq). O resultado gerou demissões no setor que tradicionalmente emprega 6 mil pessoas no país.
A Kepler Weber, uma das líderes do setor, aumentou a capacidade de produção nos últimos anos para dar conta do aumento de pedidos. Com volume menor de negócios no segundo semestre de 2015, precisou reduzir o número de funcionários para ajustar-se à nova realidade.
- O setor está apreensivo, mas vislumbrando oportunidades principalmente em investimentos de tradings, cooperativas e cerealistas, que estão sendo beneficiadas pela alta do dólar - completa Vino.
Na Silos Condor Agroindustrial, o juro mais alto também provocou redução nas vendas em 2015.
- Os produtores estão aguardando uma solução para a crise que o país enfrenta - indica Geovan Pohl, diretor comercial da empresa.
Quando o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) foi lançado, em 2012, a promessa do governo federal era liberar R$ 5 bilhões em crédito durante cinco anos. Nos dois primeiros anos, o planejamento foi cumprido. A partir de 2015, o volume foi reprogramado para R$ 2,4 bilhões, mas nem isso chegou a ser efetivado (veja ao lado).
- Conseguimos incluir a setor dentro do plano safra, mas o programa nacional ainda não saiu do papel - critica o diretor-presidente da Joscil, que não descarta a possibilidade de demissões em 2016.
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