FPA: Produtores de leite terão mais controle sobre os preços pagos por suas produções

Publicado em 28/08/2024 18:00
O setor de laticínios no Brasil passará a contar com regras mais claras e justas para definir o preço do leite

O Projeto de Lei 4036/2023, que busca aprimorar a relação entre produtores de leite e empresas de beneficiamento e comércio de laticínios, foi aprovado nesta quarta-feira (28) na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados (CAPADR). De autoria do deputado Daniel Agrobom (PL-GO) e relatado pela deputada Ana Paula Leão (PP-MG), ambos integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o projeto visa aumentar a transparência na precificação do leite.

Para a relatora da proposta, a relação entre produtores de leite e os estabelecimentos nunca ocorreram de forma justa. “Estamos buscando formas de alterar essa situação. Queremos transparência, clareza, e permitir que os produtores possam planejar suas ações futuras, sem se endividarem”, destacou.

O projeto altera a Lei nº 12.669, de 2012, e estabelece novos critérios para a composição do preço pago ao produtor de leite. Entre as mudanças, o texto especifica que os adicionais permitidos no preço devem estar diretamente ligados à qualidade, ao volume, à distância, aos serviços ambientais e ao bem-estar animal. Adicionais de mercado e outros fatores que não estejam diretamente associados à produção ou à qualidade do leite serão proibidos.

“Temos relatos de que algumas empresas estavam burlando a lei ao incluir adicionais de mercado que só eram revelados no momento da entrega. Isso coloca os produtores em uma posição desvantajosa, sem tempo para negociar ou reagir”, explicou a relatora, deputada Ana Paula Leão. “Com essa nova legislação, queremos garantir que o produtor esteja plenamente ciente de como o preço do leite é calculado, oferecendo a previsibilidade necessária para que ele possa se organizar e negociar de forma justa”.

Para a deputada, o projeto é essencial para coibir práticas abusivas que prejudicam os produtores. “A medida fortalecerá as relações comerciais, tornando-as mais justas e transparentes, além de proporcionar a previsibilidade necessária aos produtores”, concluiu.

Outro ponto importante do projeto é a obrigação de que as empresas informem, com pelo menos 15 dias de antecedência, a metodologia e os critérios utilizados para definir os adicionais que influenciam o preço do leite. Segundo o autor da proposta, deputado Daniel Agrobom, essas mudanças são fundamentais para fortalecer a confiança entre produtores e empresas, permitindo um planejamento mais eficaz e justo por parte dos produtores.

O projeto agora segue para apreciação da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Fonte: FPA

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Sindilat: Setor lácteo trabalha por retomada da produção em 2025
Embrapa Gado de Leite: 2024 foi positivo para o setor lácteo brasileiro, após os desafios enfrentados em 2023
Leite/Cepea: Depois de subir ao longo de 2024, preço ao produtor deve encerrar ano em queda
Embrapa Gado de Leite: Custo de produção de leite cresce pelo sétimo mês seguido
Gadolando projeta avanços no setor em 2025 com entrada de lei em vigor
Sindilat apoia investigação de dumping no leite
undefined