Sindilat: Crescimento das importações de leite aumenta pressão por medidas de apoio ao setor

Publicado em 11/10/2023 08:38

Reunidos em Audiência Pública realizada pela Comissão da Indústria, Comércio e Serviços da Câmara Federal, representantes do setor do leite de diversos estados brasileiros foram uníssonos nesta terça-feira (10/10) na cobrança urgente da adoção de medidas mais efetivas por parte do Governo Federal Brasileiro para salvar o mercado nacional diante da invasão de leite estrageiro nas prateleiras do país. 

A pauta vem se agravando desde o início deste ano, quando a aquisição do alimento, de origem principalmente dos vizinhos Argentina e Uruguai, aumentou substancialmente. Os números apresentados pelo presidente da Comissão, deputado federal Heitor Schuch (PSB), corroboram. “Em 2021, foram 42,8 mil toneladas. No ano passado, 21,1 mil toneladas. E neste ano, até setembro, já são mais de 69 mil toneladas. Estes são dados oficiais do Governo Federal. A grande pergunta que cabe é: qual a nacionalidade das vacas que produziram este leite? Será que é só da Argentina, do Uruguai, ou de outras partes do mundo? Esta importação vai quebrar primeiro os produtores, depois cooperativas, indústrias e o nosso país”, alertou o parlamentar, ao sugerir, por exemplo, a adoção de limitadores, como cotas para importação. 

Em quatro níveis de ações, o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Darlan Palharini, reforçou uma lista de medidas que podem ser adotadas para frear a entrada do leite dos países do prata, dando fôlego para a produção interna. A primeira delas, uma mudança na incidência de PIS/COFINS com aumento do crédito presumido para 100% na compra de insumos, perfazendo R$ 0,1179 de crédito por litro. “Este valor seria em crédito fiscal do Governo, e as indústrias de laticínios injetariam o recurso diretamente na economia por meio do pagamento ao produtor com efeito multiplicador de R$ 3 para cada R$ 1 aplicado na atividade leiteira”, explica. 

A segunda sugestão defendida pelo Sindilat/RS mira o escoamento da produção nacional num caminho inverso ao que vem sendo observado, com a adoção de um Prêmio para Escoamento do Produto (PEP), principalmente de produtos acabados, como leite em pó, queijos, cremes e leite condensado, inaugurando uma nova política para setor leiteiro com incentivo para a exportação. Completam este conjunto de medidas, a oferta de linhas de crédito pela União para produtores e indústrias de laticínios, com prazo de 13 anos, e o estabelecimento de Fundo Nacional de Sanidade do Leite (FNSL) com o recolhimento de percentuais pela indústria; e, para importados, pagamento para o Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Fundoleite).

É possível acompanhar o debate através do link: https://www.youtube.com/watch?v=cQtUd-3zpM8

Fonte: Sindilat

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Leite/Cepea: Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
Comissão Nacional de Pecuária de Leite discute mercado futuro
Brasil exporta tecnologia para melhoramento genético de bovinos leiteiros
Preço do leite pago ao produtor para o produto captado em outubro deve ficar mais perto da estabilidade, segundo economista
Pela primeira vez, ferramenta genômica vai reunir três raças de bovinos leiteiros
Setor lácteo prevê 2025 positivo, mas com desafios
undefined