CNA debate acordo Mercosul-UE com produtores de leite de Goiás
O assessor de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Thiago Masson, apresentou aspectos técnicos do Acordo de Associação Mercosul-União Europeia na reunião da Comissão de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), na segunda (22), em Goiânia.
Assistiram à palestra o presidente da Faeg, deputado José Mário Schreiner, o presidente da Comissão de leite da Federação, José Renato Chiari, e 800 produtores do estado.
“A ideia foi traduzir a complexa linguagem diplomática e econômica do acordo para quem está no dia a dia no campo, mostrando que esse acordo pode resultar em benefícios reais para o agro brasileiro,” disse Masson.
A conclusão das negociações entre Mercosul e União Europeia foi anunciada no último dia 28 de junho, após um período de 20 anos de debates e negociações. Para Masson, com o acordo fechado, o bloco sul-americano sai de um silêncio de 20 anos.
“Isso abre caminhos para negociações de outros acordos internacionais que estão diretamente relacionados ao interesse do setor lácteo brasileiro, principalmente no sudeste e leste da Ásia,” afirmou.
A União Europeia é hoje o segundo maior destino das exportações do agronegócio brasileiro, com compras de US$ 17,78 bilhões em 2018. Também é o maior importador mundial de bens do setor, seguida por Estados Unidos, China e Japão.
Ele explicou que, ao entrar em vigor, o acordo poderá beneficiar a agropecuária brasileira com a melhoria do acesso de produtos no mercado europeu, facilitação de comércio, maior convergência de regulamentos, redução da possibilidade de barreiras não tarifárias e maior transparência nos processos de certificação sanitária e fitossanitária.
“O acordo vai melhorar o acesso do Brasil ao maior importador mundial. Vai acelerar a inserção de diversos produtos nas cadeias globais de valor e recoloca o Mercosul no jogo dos blocos comerciais. E ainda abre caminho para negociações com outros blocos e países importadores de alimentos, como Coreia do Sul e Japão,” disse Thiago.
Para que o acordo efetivamente entre em vigor, o texto acordado terá de ser ratificado pelos países do Mercosul e pelo bloco europeu.