Produtor de leite em Sergipe cobre despesas, mas tem alto custo com alimentação
O produtor de leite de Sergipe consegue cobrir as despesas da atividade com a receita obtida com a comercialização do produto. No entanto, alguns gargalos ainda são barreiras para a melhoria na margem da atividade. Um deles é o alto gasto com alimentação do rebanho que tem impacto expressivo nos custos de produção.
Foi o que concluíram, nesta semana, técnicos do Projeto Campo Futuro, uma parceria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com universidades e centros de pesquisa, que levanta junto aos produtores rurais informações estratégicas para auxiliá-los em uma gestão mais eficiente dos custos de produção.
O Projeto Campo Futuro iniciou os primeiros levantamentos de custos de produção em 2019, em Sergipe, nos municípios de Nossa Senhora da Glória e Aracaju, com a participação de representantes da CNA e do Centro de Estudos Avançados em Pesquisa Aplicada (Cepea) e produtores de leite das duas regiões.
Nestes encontros, os dados são apurados com base nas informações de propriedades produtivas típicas dos municípios. No caso de Nossa Senhora da Glória, a produção modal identificada foi de 200 litros de leite por dia, com um Custo Operacional Efetivo (COE), que mede o desembolso da atividade, de R$ 0,92/litro, enquanto o preço médio do litro recebido no último ano pelo produtor foi de R$ 1,15/litro.
“Constatamos que a margem bruta é positiva, mas ainda há um alto impacto do custo com alimentação por causa de uma alta dependência de alimentos concentrados e pela baixa produtividade de silagem diante das incertezas em relação ao volume de chuvas. Isso torna a produção menos eficiente”, explicou o assessor técnico Thiago Rodrigues, da CNA.
“Esse projeto nos ajuda a ter conhecimento do que estamos fazendo para tomar a decisão correta no dia a dia”, disse Maicon Oliveira Mota, produtor de leite de Nossa Senhora da Glória. “Esse projeto é de fundamental importância para o produtor de leite para ter a realidade da propriedade na mão e achar os gargalos que impedem de ter um lucro maior para que ele tenha mais receita”, ressaltou o produtor Lafayette Sobral, que participou do painel de Aracaju.