Dia Mundial do Leite: Santa Catarina quer conquistar o mercado internacional
Santa Catarina já é destaque nacional na produção de lácteos e se lança agora para um novo desafio: conquistar o mercado internacional. O leite é a atividade agropecuária que mais cresce na região Sul do país e Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul se preparam para transformar a cadeia produtiva, investindo em melhorias na logística e na sanidade dos rebanhos – produzindo o leite mais competitivo do mundo.
Os três estados do Sul produzem 38% do leite brasileiro e desde 2016 ocupam, respectivamente, a segunda, terceira e quarta posição no ranking de produção de leite do Brasil. A verdade é que esta é a atividade agropecuária que mais cresce nessa região. E, segundo o secretário da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, a produção de leite continuará crescendo a uma taxa em torno de 7 a 10% ao ano, como já vem acontecendo há quase duas décadas. As estimativas são de que até 2025 a região produza mais da metade de todo leite brasileiro.
Em Santa Catarina, são cerca de 45 mil agricultores dedicados à produção de leite, principalmente agricultores familiares. Em 2017, a produção estadual girou em torno de 3,4 bilhões de litros– um incremento de 8% em relação a ano anterior. “Aqui temos muitas vantagens comparativas que podem ser transformadas em vantagens competitivas. Temos mais sol, mais chuva, solos férteis e um clima favorável para ocorrer fotossíntese e produzir biomassa, que é o alimento básico das vacas durante os doze meses do ano. Além disso, temos ainda a valorosa capacidade de trabalho dos agricultores familiares, que já têm muita tradição e habilidades na lida com os animais”, ressalta Spies.
Oportunidades
O Oeste Catarinense, Sudoeste do Paraná e o Noroeste do Rio Grande do Sul formam a região que pode ser chamada de a “Nova Meca do Leite” – onde as indústrias de lacticínios têm feito os maiores investimentos nos últimos 10 anos.
O secretário Airton Spies explica que o potencial de produção nesta região é muito grande e que esta é a atividade agropecuária com os maiores ganhos a incorporar. “Esse é o setor onde as coisas vão mudar muito e para melhor nos próximos anos, é o setor em que o ponteiro mais vai se mexer, em termos de modernização, com aumento de eficiência e produtividade”, ressalta.
Spies acredita que o Sul é a região do Brasil com mais urgência para exportar lácteos e que tem as melhores condições para fazê-lo. “Até 2025 o Brasil terá que exportar, no mínimo, 10% dos 54 bilhões de litros que produzirá por ano. E mais da metade dessa produção virá de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul”.
Desafios
Para que o leite produzido em Santa Catarina chegue ao mercado internacional há uma série de obstáculos a serem vencidos. Entre eles melhorar a qualidade do leite, principalmente, o teor de sólidos; eliminar doenças do rebanho como a brucelose e tuberculose; aumentar a eficiência da produção e reduzir os custos.
“Nós já temos produtores de ponta, que adotam modernos meios de produção, comparáveis aos melhores padrões do mundo. Porém, na média, o setor ainda tem muito a melhorar. Por isso, a estratégia deve ser a de nivelar para cima, aprendendo com as soluções vencedoras”, destaca Spies.
Para ser competitivo no mercado internacional, é necessário que o leite produzido tenha simultaneamente três atributos: produto de alta qualidade, produzido a custo baixo e organizado em uma cadeia produtiva com logística eficiente. De acordo com Spies, esse é o tripé que sustenta qualquer atividade econômica sob regras de livre mercado.
“O setor leiteiro gera e distribui renda ao longo de toda cadeia produtiva, envolvendo milhares produtores e gerando milhares de empregos em Santa Catarina. Nosso estado tem excelentes condições de produzir leite de alta qualidade a baixo custo. O grande desafio é nivelar para cima o padrão tecnológico para que todo leite seja de alta qualidade e melhorar a organização logística para conquistar o mercado externo”, conclui.