Governo de São Paulo intensifica o combate ao greening no cultivo de cítricos

Publicado em 05/07/2024 11:05
Estado tenta proteger setor vital para a economia diante de produção sem controle da praga; em toda a capital paulista, apenas um estabelecimento tem autorização para vender mudas cítricas

As espécies cítricas, como laranjas, limões e mexericas, são altamente suscetíveis a diversas doenças que podem causar sérios prejuízos aos pomares comerciais. Entre as pragas mais agressivas estão a Gomose, o Cancro Cítrico e o Greening, principal ameaça aos pomares cítricos atualmente. Causado pela bactéria Candidatus liberibacter spp., o Greening é transmitido por um inseto vetor que funciona de maneira similar ao mosquito da dengue, que passa o vírus de uma pessoa contaminada para uma pessoa saudável, o inseto transmite a bactéria de uma planta contaminada para uma planta saudável.

Essa bactéria é extremamente prejudicial às plantas cítricas, pois se aloja nos vasos do floema (veias da planta), se espalhando rapidamente e impedindo seu desenvolvimento adequado. Os frutos afetados pelo Greening ficam tortos, secos e muitas vezes abortam antes de amadurecerem, comprometendo a qualidade e a produtividade dos pomares.

Devido à gravidade dessas pragas, existem legislações específicas para regulamentar a produção e comercialização de mudas cítricas. Uma Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, de setembro de 2013, determina que o cultivo das mudas deve ser realizado em estufas. As normas técnicas e a fiscalização ficam sob responsabilidade de cada estado.

As estufas proporcionam um ambiente controlado, protegido contra pragas e condições ambientais adversas. Para atender às exigências legais, nas cidades paulistas, as estufas devem ser equipadas com telas anti-afídeos, bancadas elevadas e sistemas de controle de temperatura e umidade. Além disso, a entrada de materiais de propagação na estufa deve ser rigorosamente controlada e permitida apenas com a devida autorização. 

São Paulo é o maior produtor mundial de laranja, com exportações anuais de US$ 2 bilhões e a geração de 200 mil empregos. Em busca de proteger um setor vital para a economia, o governo paulista vem adotando diversas medidas para combater o Greening. Em dezembro do ano passado, lançou uma campanha e abriu um canal de denúncias para que produtores possam relatar pomares abandonados ou mal manejados, além da criação de um comitê para propor políticas de controle da praga. A Secretaria de Agricultura intensificou a retirada de mudas irregulares e lançou, recentemente, uma linha de crédito do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP) para apoiar os produtores no combate à doença, oferecendo até R$ 300 mil por produtor, com um prazo de pagamento de 96 meses e 36 meses de carência, além de juros a partir de 3% ao ano.

Shopping Garden é o único estabelecimento em São Paulo que pode comercializar mudas cítricas

Na cidade de São Paulo, o Shopping Garden, maior comércio de plantas da capital, é o único estabelecimento autorizado a comercializar mudas cítricas, estando em conformidade com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária com todas as regulamentações sanitárias vigentes.

Esta autorização assegura que os consumidores possam adquirir mudas saudáveis, cultivadas em condições adequadas e livres de pragas, garantindo qualidade e segurança. O engenheiro agrônomo e responsável técnico do Shopping Garden, Rafael Haik Guedes de Camargo, explica que "é de extrema importância que os produtores e comerciantes sigamà risca toda a legislação, principalmente mantendo as mudas em ambiente protegido e com sanidade adequada.”

Ele alerta que o estado de São Paulo está com altos índices de pomares atacados pelo Greening e Cancro Cítrica e que “as mudas sadias e os tratamentos nos pomares são as armas para manter o Estado de São Paulo e o Brasil como referência na produção cítrica mundial.”

Fonte: Governo do Estado de SP

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