Epagri, Cidasc e produtores catarinenses se unem no combate a doença que ataca plantas cítricas
Doença causa engrossamento da casca e morte das sementes (Foto: Volmir Frandaloso/ Cidasc)
No dia 30 de março, engenheiros-agrônomos e técnicos agrícolas da Cidasc, extensionistas e pesquisadores da Epagri e citricultores, se reuniram em Chapecó para discutir procedimentos para prevenção e controle da doença.
“Temos que elaborar esse plano juntamente com os citricultores, pois a intenção é que eles entendam que eles terão que adotar medidas em suas propriedades para o controle do HLB”, alerta Alexandre Mees, Gestor Estadual do Departamento de Defesa Sanitária Vegetal da Cidasc. “É importante que os citricultores já comecem a se familiarizar com os sintomas da doença e com o aspecto do psilídeo, o inseto vetor, para que ele faça o reconhecimento em sua propriedade para a adoção de medidas de controle”, ressalta a pesquisadora da Epagri, Maria Cristina Canale.
Segundo Maria Cristina, a principal medida imediata a ser adotada pelos produtores é a compra de mudas de citros de viveiros telados, evitando a aquisição de mudas de vendedores ambulantes, pois essas plantas já podem estar contaminadas. “Cabe destacar que a região do Alto Vale do Itajaí, principal polo produtor de mudas cítricas no estado, fica mais de 250Km distante da região dos casos reportados de HLB”, relata a pesquisadora.
Folhas com mosqueado, que caracteriza-se pelos verdes claro e escuro mesclados, sem delimitação definida, é um dos sintomas da doença (Foto: Volmir Frandaloso / Cidasc)
Ela complementa ainda que esta produção de mudas é profissionalizada, sendo realizada há pelo menos dez anos em viveiros com telas anti-afídeos, que impedem a entrada do psilídeo. “Existe o acompanhamento de responsáveis técnicos, que realizam a Certificação Fitossanitária de Origem das mudas, sob fiscalização constante da Cidasc. Desta forma, não há dúvidas quanto à sanidade e qualidade das mudas cítricas produzidas no Estado”, descreve.
Ocorrência em SC
A reunião do dia 30 foi motivada pelo reconhecimento oficial de Santa Catarina como Estado com ocorrência das pragas quarentenárias “Candidatus Liberibacter americanus” e “Candidatus Liberibacter asiaticus”, publicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e Secretaria de Defesa Agropecuária no início de março. O objetivo do encontro foi oficializar e definir ações necessárias conforme a Portaria número 317, de maio de 2021, que instituiu o Programa Nacional de Prevenção e Controle do Huanglongbing (PNCHLB).
Psilídeo-asiático-dos-citros é o inseto vetor da doença (Foto: Maria Cristina Canale / Epagri)
O HBL é causado por bactérias transmitidas pelo psilídeo-asiático-dos-citros, Diaphorina citri. Desde 2016, Epagri e Cidasc realizam o monitoramento de pomares em diversas áreas do estado, buscando identificar a presença do inseto e de plantas com sintomas da doença, como o mosqueado em folha. No ano passado, após a publicação da Portaria 317, um diagnóstico estadual foi realizado, onde se detectou no Oeste de Santa Catarina a existência de plantas doentes e do psilídeo-vetor portando a bactéria.