Citrosuco lança unidade de ingredientes alimentícios
Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) – A fabricante brasileira de suco de laranja Citrosuco criou uma empresa de ingredientes alimentícios, disse um executivo nesta quarta-feira, aproveitando a oferta abundante de matéria-prima enquanto explora um lucrativo nicho de mercado.
A Evera, como é chamado o empreendimento, processará cascas da laranja, folhas, flores e sementes para produzir fibras e óleos que podem ser misturados a alimentos e bebidas, disse o diretor de negócios John Lin em entrevista. Esse mercado vale até 12 bilhões de dólares por ano.
A iniciativa reflete o esforço da Citrosuco em equilibrar negócios de grande volume e margens menores com a presença em segmentos de volumes menores mas com preços e margens maiores.
Também dá ao Brasil, um grande exportador de matérias-primas, um novo fornecedor de ingredientes alimentícios. Há poucas empresas do tipo por aqui, disse Lin.
“Estávamos neste mercado como Citrosuco… Agora estamos criando uma nova unidade para aumentar o foco e poder crescer.”
Inicialmente, a produção da Evera será feita no Estado de São Paulo, onde a Citrosuco possui fazendas e três plantas de processamento.
Uma das maiores produtoras de suco de laranja do mundo, a Citrosuco também opera uma unidade nos Estados Unidos e responde por cerca de 20% do abastecimento global.
O Brasil produz cerca de 13 milhões de toneladas de laranjas por ano, usando apenas metade da fruta para fazer suco, disse a Evera. Ao extrair fibras e óleos da outra metade, a empresa pode vender produtos com mais valor agregado.
Antes da Evera, as sobras da laranja não usadas na fabricação de suco eram fornecidas pela Citrosuco para misturar em ração bovina, um negócio de baixo valor.
O portfólio da Evera possui 18 produtos, que podem ser acrescidos a alimentos de origem vegetal, ketchup, maionese, calda de chocolate, entre outros.
Lin disse que os mercados prioritários para Evera incluem Estados Unidos e Inglaterra, França e Alemanha, onde a demanda por tais ingredientes naturais está aumentando.
(Reportagem de Ana Mano)