Embarque de suco de laranja do Brasil pode fechar safra com alta de 17,5%, diz CitrusBR
Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - Os embarques brasileiros de suco de laranja podem encerrar a safra 2019/20 com avanço de cerca de 17,5%, para aproximadamente 1,1 milhão de toneladas, avaliou nesta segunda-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Citricos (CitrusBR).
Os volumes acumulados na safra poderiam ter tal crescimento se a média exportada em junho (último mês da temporada) se mantiver em 90 mil toneladas de FCOJ equivalente, disse à Reuters o diretor-executivo da associação, Ibiapaba Netto, evitando cravar projeções.
As exportações subiram 16% nos onze primeiros meses da safra 2019/20, para 998.788 toneladas ante 858.904 toneladas registradas no mesmo período da temporada anterior, segundo dados do governo federal compilados pela CitrusBR.
"Até agora a média exportada é de cerca de 90 mil toneladas de FCOJ equivalente por mês, o que equivale ao desempenho da safra 2015/16", afirmou em nota o diretor-executivo da associação, Ibiapaba Netto.
Segundo o executivo, a alta registrada nesta temporada acontece em relação a uma base pequena, visto que o ano passado foi considerado atípico, com embarques abaixo de 1 milhão de toneladas.
O avanço das exportações, disse ele, também está relacionado à maior oferta de suco no mercado. O setor processou mais de 325 milhões de caixas com um total 1,2 milhão de toneladas de suco na safra 2019/20, cerca de 37% a mais do que o no período anterior.
Entre os compradores, os embarques de suco de laranja para a União Europeia totalizaram até o momento 702.135 toneladas, alta de 27% ante o embarcado no mesmo período da safra anterior.
Com destino aos Estados Unidos, as exportações brasileiras da bebida registram queda de 18% nos 11 meses do ano-safra, com volume de 154.416 toneladas.
"A economia americana começa a reabrir e alguns relatórios dão conta de que o consumo continua em índices acima do período pré-pandemia, no entanto, os estoques de suco nos Estados Unidos representam cerca de 52 semanas de consumo, o que é muito e explica a baixa das exportações para aquele país."
Na Ásia, o Japão importou 51.985 toneladas, 14% a mais que nos onze meses da safra 2018/19, enquanto a China adquiriu 41.272 toneladas, avanço de 37% no acumulado desta temporada.