Greening se alastra para 18,15% dos laranjais de SP e MG, diz Fundecitrus
SÃO PAULO (Reuters) - O greening, principal doença que atinge a citricultura no mundo, avançou para 18,15 por cento dos laranjais de São Paulo, Triângulo e Sudoeste Mineiros, onde está o parque industrial do Brasil, maior exportador global de suco de laranja, informou nesta quinta-feira o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
Segundo o órgão, foram registrados aproximadamente 35,3 milhões de árvores com a doença, que não tem cura e pode resultar na erradicação dos pés de laranja como forma de combater a bactéria que causa o problema.
Até o ano passado, a doença era registrada em 16,73 por cento do parque citrícola.
"O problema é sério e a situação é preocupante", disse em nota o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, ressaltando que a sociedade precisa se conscientizar sobre a doença causada por bactéria, transmitida pelo inseto psilídeo Diaphorina citri.
O resultado da pesquisa indica que o manejo da doença precisa ser intensificado dentro e fora das propriedades para que o greening não inviabilize a produção do parque citrícola paulista e mineiro.
A situação atual da Flórida (EUA), onde a doença se espalhou com maior intensidade para quase toda a área citrícola, tem de servir como lição, afirmou o órgão.
"Há 20 anos, a citricultura da Flórida era exemplo para o mundo, representava o modelo a ser seguido. Mas eles erraram na estratégia de combate ao greening e o resultado é desalentador: estima-se que mais de 90 por cento das árvores estejam doentes, e a produtividade vem caindo drasticamente", afirmou o gerente-geral.
No ano passado, a colheita da Flórida somou 45 milhões de caixas, ante 170 milhões de caixas em 2007/08, segundo dados citados pelo Fundecitrus, que mostram o impacto da doença na principal área produtora dos Estados Unidos.