Cepea: Abandonar ou persistir na citricultura?

Publicado em 12/05/2016 15:12 e atualizado em 12/05/2016 15:45

Cepea, 12 – Os preços mais atrativos da laranja na temporada 2016/17 aliviam o fluxo de caixa do citricultor paulista, que passou por cinco temporadas de baixos preços. Essa alta, no entanto, não é garantia de permanência na cultura para uma parcela de citricultores, conforme indica a equipe da revista Hortifruti Brasil, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.

Segundo pesquisadores, a recente crise do setor elevou o endividamento e diminuiu a capacidade de investimento nos pomares, especialmente dos produtores de pequena e média escalas, localizados nas regiões tradicionais citrícolas paulistas. Mais de 1/3 das propriedades saíram da atividade entre 2012 e 2015.

A recomendação para os que ficam é adotar um “modelo de negócios” de menor risco na atividade. Não é uma tarefa simples. Os pesquisadores do Cepea Fernanda Geraldini, Fernando Cappello, Margarete Boteon e Larissa Pagliuca, autores da matéria de capa desta edição, indicam que “o citricultor terá que equacionar diversas variáveis neste modelo: remuneração justa da caixa de laranja, intensificação do manejo HLB (greening), redução da atividade em regiões de maior risco a doenças, manutenção de elevada produtividade e diversificação de atividades”.

No caso do HLB, não há solução milagrosa, segundo relata o entrevistado Renato Beozzo Bassanezi, do Fundecitrus. De acordo com Bassanezi, “é preciso adotar várias ações internas e externas à fazenda para que resultem no sucesso do controle. É preciso também uma ação conjunta entre os produtores tanto contra o HLB (greening) como contra o cancro”.

Um aprendizado importante dessa recente crise é que o produtor que optou pela diversificação foi o que sobreviveu com menos dificuldades ao período de baixos preços. Leandro Aparecido Fukuda, consultor na área de citros, recomenda que produtores diversifiquem seu portfólio para ter maior estabilidade.

Para os que permanecem na atividade, os chamados de “resilientes” pela Hortifruti Brasil, os desafios de se manter na atividade são maiores para os pequenos e médios produtores. Esse grupo precisa realizar ações coletivas urgentes, como um sistema de remuneração mais equilibrado pela caixa de laranja, renegociação das dívidas, um aporte extra para renovação dos pomares e um sistema de controle compartilhado do HLB (greening) com os demais produtores.

Para saber mais sobre os “caminhos viáveis” a serem percorridos na citricultura, consulte a nova edição daHFBrasil no site: https://www.hfbrasil.org.br/

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Fonte: Cepea

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