O controle de lagartas ainda desafia os produtores de milho
Não é novidade para os agricultores brasileiros que o clima tropical quente e úmido do País, juntamente com o cultivo de duas ou mais safras em um mesmo ano, torna as lavouras ambientes favoráveis para que as pragas se mantenham em atividade, fato que pode prejudicar muito nossa produção e economia se não for superado de maneira sustentável.
Com a safra de verão começando a ser plantada, todo cuidado é pouco para manter a produtividade em alta e os custos em um patamar adequado à realidade do campo. E quando se trata de infestações de lagartas, os prejuízos podem ultrapassar 60% da produção, já que esses insetos danificam a área foliar do milho, podendo causar a morte das plantas.
De acordo com Marcelo Katakura, da área de Desenvolvimento Técnico de Produto da BASF, a Spodopterafrugiperda, mais conhecida como lagarta do cartucho, é a que tem maior ocorrência nas lavouras de milho. “Ainda se teme a Helicoverpa, devido sua dificuldade de controle, mas a Spodoptera é a principal atualmente”, ressalta chamando a atenção para outro fato: “apesar de hoje existir os híbridos com tecnologia de resistência, essa ferramenta vem perdendo força pela falta de cooperação do agricultor quando ele não usa as áreas de refúgio. As tecnologias devem ser aplicadas com responsabilidade, somente assim os produtores terão por mais tempo produtos que controlam as lagartas de difícil manejo e híbridos com resistência às lagartas”.
A recomendação da BASF é utilizar defensivos químicos de diferente modo de ação no início da raspagem da lagarta, com o inseto nos primeiros instares, começando com os produtos fisiológicos e posteriormente os com ação de choque e translaminar. Manter áreas refúgios também é essencial para um melhor controle. “Dentro do portifólio da empresa a gente orienta iniciar o manejo com o Imunit, que é um regulador de crescimento com ação de choque e age no contato e na ingestão, tendo excelente residual. Em seguida, entrar com o Verismo, que controla lagartas também por meio de contato e ingestão, mas tem uma eficiência grande em lagartas com instares um pouco maior, de 3 e 4 instar, por exemplo”, orienta Katakura.
O especialista ainda faz alguns alertas: “Para evitar resistência, o produtor precisa rotacionar produtos com eficiência comprovada e não reduzir dose. Afinal, com a resistência ele usa mais defensivos e, consequentemente, mais água e mais diesel, elevando o custo de produção”.