Índice CEAGESP variou 3,25% em novembro
O índice de preços CEAGESP encerrou o mês de novembro com variação de 3,25% ante uma variação de 4,96% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o índice apresentou variação de 1,59%. Com o resultado obtido, o índice encerrou o período apresentando um acumulado de 5,70% no ano e 11,08% em 12 meses.
Neste contexto, o destaque ficou com o setor de Legumes. Após dois meses seguidos de alta, o setor voltou a apresentar redução de preço. No geral, essa redução de preço apresentada pelo setor foi a maior entre todos os setores analisados no período (-14,8 p.p.). Isso levou esse setor a ser o único a registrar variação negativa de preço no período. Estes resultados foram impulsionados, principalmente, pelas reduções de preço em itens importantes, tais como tomates, pepinos, chuchu, vagem, pimentão verde e mandioquinha.
Setorização
O setor de FRUTAS variou 5,26% ante uma variação de 6,70% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 0,27% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de 17,50% no ano e de 20,67% em 12 meses. Dos 48 itens cotados nesta cesta de produtos, 54% apresentaram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de ABACATE BREDA (+61,43%), MAMÃO FORMOSA (+51,60%), MORANGO (+33,23%), MARACUJÁ AZEDO (+24,19%) e MAMÃO HAVAÍ (+15,59%). As principais reduções ocorreram nos preços de MANGA PALMER (-19,58%), MELÃO AMARELO (-15,64%), BANANA PRATA SP (-10,67%), MELANCIA (-10,61%) e BANANA NANICA (-9,64%).
Em ritmo intenso de comercialização, o setor de Frutas passou grande parte do período apresentando forte tendência de alta nos preços. Pelo quarto mês consecutivo, o preço do abacate Breda apresentou valorização quando comparado ao mês anterior. A fruta tem apresentado oferta bastante restrita no mercado atacadista. Os agentes de mercado explicam que essas fortes altas no preço do abacate estão atreladas a dois fatores principais: produção bienal da fruta (em uma ano a fruta apresenta alta produção e no outro, baixa produção) e eventos climáticos extremos que prejudicaram a florada. O acontecimento simultâneo desses dois fatores em 2024 tem feito com que o preço do produto se mantenha em patamares elevados.
No Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), os abacates apresentaram uma redução de oferta na ordem de 60% em relação a 2023, com a variedade Breda tendo seu volume de entrada reduzido em 66% e encerrando o mês cotada a R$ 18,85/kg, o maior preço médio já registrado desde 2013.
Para os mamões, o período foi de recuperação de preços haja vista que estavam com preços abaixo da média. A variedade Formosa, na média ponderada, encerrou o período a R$ 5,60/kg e o Havaí ficou em R$ 3,30/kg.
O setor de LEGUMES variou -9,61% ante uma variação de 5,16% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de -1,05% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -18,44% no ano e de -5,11% em 12 meses. Dos 32 itens cotados nesta cesta de produtos, 63% apresentaram redução de preço. As principais reduções ocorreram nos preços de PEPINO CAIPIRA (-59,80%), PEPINO COMUM (-52,47%), PEPINO JAPONÊS (-48,52%), VAGEM MACARRÃO (-33,43%) e CHUCHU (-29,12%). As principais altas ocorreram nos preços de MAXIXE (+38,29%), ABOBRINHA ITALIANA (+33,99%), TOMATE CEREJA (+20,15%), CENOURA (+19,24%) e TOMATE CAQUI (+15,20%).
Após dois meses seguidos de alta, o setor de Legumes encerrou o período em análise como sendo o setor que apresentou a maior redução de preços entre todos os outros setores analisados. Os tomates e os pepinos foram os grandes destaques para o alcance desse resultado. Produtores e atacadistas pesquisados no ETSP apontam que o aumento das áreas plantadas devido aos altos preços da safra passada e a melhora dos defensivos agrícolas no combate às pragas e doenças têm proporcionado um aumento no volume da quantidade ofertada dos tomates. Ambas as variedades, Pizzad’oro e Carmem, encerraram em queda, sendo a primeira cotada ao preço de R$ 2,85/kg e a segunda, a R$ 2,95/kg. Por sua vez, entre os dias 03 e 23/11, os pepinos apresentaram elevação na quantidade ofertada na ordem de 20,2%, com destaque para a variedade caipira, que fechou o mês cotada a R$ 1,50/kg na média ponderada, enquanto o comum e o japonês fecharam a R$ 1,54/kg e R$ 2,15/kg, respectivamente.
O setor de VERDURAS variou 25,56% ante uma variação de 2,64% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 12,97% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -12,70% no ano e de -15,67% em 12 meses. Dos 39 itens cotados nesta cesta de produtos, 85% apresentaram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de COENTRO (+154,69%), ALFACE CRESPA (+154,66%), ALFACE LISA (+115,91%), CHICÓRIA (+98,01%) e ALFACE CRESPA HIDROPÔNICA (+94,54%). As principais reduções ocorreram nos preços de MANJERICÃO (-12,50%), MILHO VERDE (-8,90%), SALSÃO VERDE (-3,91%), COGUMELO SHIMEJI (-1,56%) e BETERRABA COM FOLHA (-0,08%)
A alta de preços no setor foi puxada, sem dúvida, pelas elevações de preço das alfaces. As chuvas que atingiram a região do Cinturão Verde Paulista (principal origem desses produtos) deixaram o solo encharcado, o que favoreceu o surgimento de doenças em associação à alta umidade, afetando sobremaneira a qualidade e a produção dessas hortaliças folhosas. Com a redução no ritmo de colheita, os preços subiram. A alface crespa encerrou o período cotada a R$ 1,96/unidade enquanto as variedades lisa e americana fecharam a R$ 1,87/unidade e R$ 3,02/unidade.
O setor de DIVERSOS variou 3,56% ante uma variação de -4,30% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 9,85% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -5,27% no ano e de 2,57% em 12 meses. Dos 11 itens cotados nesta cesta de produtos, 55% apresentaram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de BATATA LAVADA (+11,93%), BATATA ASTERIX (+10,22%), OVOS DE CODORNA (+3,66%), ALHO NACIONAL (+2,88%) e OVOS VERMELHOS (+2,83%). As principais reduções ocorreram nos preços de CEBOLA NACIONAL (-6,45%), AMENDOIM SEM PELE (-1,16%), BATATA ESCOVADA (-1,04%), AMENDOIM COM PELE (-0,34%) e COCO SECO (-0,07%).
O fim da safra de São Paulo e as chuvas nas principais regiões produtoras estão entre os principais fatores para a alta de preço das batatas. O solo encharcado dificultou a colheita do produto, o que contribuiu para o aumento dos preços. Todavia, entre os dias 08 e 13/11, os preços foram arrefecendo devido à melhora no ritmo de colheita. No ETSP, a batata lavada encerrou o período custando, em média, R$ 5,40/kg enquanto a asterix fechou a R$ 4,45/kg e a batata escovada ficou em R$ 4,12/kg.
A cebola nacional manteve um bom volume de oferta. Entre os dias 03 e 23/11, o item registrou alta de 5,7% na quantidade ofertada. Considerando os últimos 12 meses, a cebola nacional é o produto que apresenta a maior queda de preço entre todos os 158 analisados, registrando variação de -58,5%. No dia 27/11, o bulbo foi cotado a R$ 1,51/kg, menor preço médio mensal. Entretanto, a tendência é de que passe por um processo de retomada nos preços devido à proximidade do período chuvoso.
O setor de PESCADOS variou 0,03% ante uma variação de 0,31% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 1,11% e, com o resultado obtido, encerrou o mês com um acumulado de -1,18% no ano e de -0,87% em 12 meses. Dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 32% apresentaram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de SARDINHA LAGES (+47,33%), CURIMBA (+42,65%), CAVALINHA (+20,0%), PINTADO (+9,38%) e CAMARÃO CATIVEIRO (+6,57%). As principais reduções ocorreram nos preços de BAGRE ÁGUA SALGADA (-35,26%), NAMORADO (-20,26%), ATUM (-18,84%), TILÁPIA (-14,15%) e PESCADA GOETE (-13,25%).
O defeso da sardinha fresca pressionou para cima os preços da sardinha Lages e da cavalinha, concomitante à redução de oferta de espécies importantes do setor, como a curimba (-90%) e o camarão de cativeiro (-26%). Na média ponderada, a sardinha Lages finalizou o período a R$ 3,72/kg enquanto a cavalinha fechou a R$ 5,55/kg. Cabe destacar que a proximidade das festividades de final de ano gera aumento de demanda pelos produtos do setor, o que acaba estimulando a alta nos preços. Portanto, para o próximo período projeta-se que o setor continue apresentando variação positiva de preços.
Índice CEAGESP
Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice CEAGESP é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os 158 itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela CEAGESP, que é referência nacional em abastecimento.