Comitiva de São Tomé e Príncipe vem a SC conhecer sistema sustentável de produção de hortaliças desenvolvido pela Epagri
A Epagri recebe a partir desta terça-feira, 8, comitiva de São Tomé e Príncipe que deseja conhecer o Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), desenvolvido e disseminado pela Empresa. As atividades acontecem na capital na terça e na sexta-feira, 11. Na quinta-feira, 10, serão visitadas propriedades rurais em Angelina e Anitápolis.
As pesquisas da Epagri em SPDH iniciaram em 1998 e, hoje, o sistema é utilizado em cerca de 4 mil hectares em Santa Catarina. O sistema é uma transição da agricultura convencional para a agroecológica, permitindo reduzir o uso de agrotóxicos e adubos, até eliminá-los dos cultivos. O segredo é promover a saúde da lavoura com práticas voltadas para o conforto das plantas.
A comitiva é formada por cinco agricultores, uma agricultora e três técnicos de São Tomé e Príncipe. Na tarde da terça-feira, eles vão conhecer na capital o histórico, princípios e estado da arte do SPDH. Na quinta, os visitantes estarão em Angelina pela manhã e em Anitápolis à tarde, para visitar propriedades rurais que aplicam o sistema.
Na sexta, a programação retorna à capital no período da manhã, quando os profissionais da Epagri sanarão dúvidas e discutirão com os visitantes estratégias de assessoria técnica para transição agroecológica. A comitiva de São Tomé e Príncipe participará de mais atividades em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, organizadas por outras instituições. Enquanto estiverem em Florianópolis, os visitantes se hospedarão no Centro de Treinamento da Epagri, no bairro Itacorubi.
“Para a Epagri é um prazer receber esses visitantes e uma honra poder difundir o SPDH para outros países”, analisa Célio Haverroth, diretor de desenvolvimento institucional da Empresa. Ele explica que a vinda da comitiva foi articulada pelo Instituto Marquês de Valle Flor, organização não governamental fundada em 1951 em São Tomé e Príncipe.
Sobre o SPDH
O agricultor gasta, em média, 50% menos para produzir hortaliças em SPDH, reflexo da redução de adubos e agrotóxicos. A melhoria na qualidade e na uniformidade das plantas permite diminuir em 35% as perdas na colheita. Além disso, as taxas de infiltração de água no solo chegam a ser três vezes maiores que no sistema convencional – a redução média no uso de água para irrigação é de 80%.
O SPDH prevê uma série de práticas conservacionistas. A principal é a proteção permanente do solo com palhada, utilizando plantas de cobertura para formar biomassa. Além dessas plantas, conhecidas como adubos verdes, são mantidos na área de plantio os restos vegetais de culturas anteriores. O revolvimento do solo é restrito à linha de plantio e, nessa área, o olericultor deve praticar rotação de culturas.
Além de proteger o solo, as plantas de cobertura servem de alimento para macro e microrganismos, aumentam a concentração de matéria orgânica, reduzem o surgimento de plantas espontâneas e mantêm a umidade e a temperatura mais estáveis. Com a rotação de várias espécies, há redução nos problemas fitossanitários, aumento na biodiversidade e na ciclagem de nutrientes, mantendo e melhorando a fertilidade do solo.