“Case Local” transforma-se em estudo nacional do zoneamento de risco climático para melancia

Publicado em 19/08/2020 14:41

Em novembro de 2019, a Semagro foi convidada pelo prefeito de Eldorado, Agnaldo dos Santos (Léo), no sul do Estado de Mato Grosso do Sul, diante das dificuldades que produtores de melancia estavam enfrentando com a atividade.

O problema era a impossibilidade de acesso ao crédito rural e ao seguro rural, devido ao período de plantio da cultura no município, ou seja, por ocorrer fora do calendário oficial do Zoneamento de Risco Agrícola – ZARC publicado pelo MAPA e elaborado pela Embrapa. E, em segundo, problemas fitossanitários que dizimou lavouras com as chuvas de setembro e outubro de 2019, na região.

Participantes da reunião (Nov/19) organizada pela Prefeitura e Agraer

A Semagro representada pelo Superintendente Rogério Beretta e o Coordenador de Agricultura Fernando Nascimento. A Agraer esteve presente com sua equipe local, Gestores de Desenvolvimento Rural Emerson Bispo e Priscila, os pesquisadores Rogério Franchini e Olita Salati. Também foram convidados pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste, Carlos Ricardo Fietz, Valder Nunes, Éder Comunello, além de doze produtores locais. O Diretor de Agricultura Luiz Carlos e Auro Trento, Secretário de Desenvolvimento Econômico também estiveram presentes, juntamente com o vereador Devanir e a Vice-Prefeita Fabiana Lorenci.

A fruta em Eldorado

O município que já plantou cerca de 1.000 ha da fruta, atualmente, cultiva uma área de aproximadamente 435 hectares. Ano passado, a área plantada girava em torno de 600 hectares.

O município cultiva melancia há vários anos com grande sucesso. O plantio ocorre de junho a setembro e é colhida em novembro/dezembro, antes da produção de outros estados colocarem suas produções no mercado, obtendo-se com isso bons preços.

Encaminhamentos

Após duas horas de discussões, chegou-se à conclusão que a Embrapa com apoio da Semagro, Agraer, prefeitura e produtores deveriam testar épocas de plantios para proporem ajustes no ZARC para Mato Grosso do Sul.

A equipe da Embrapa Agropecuária Oeste de Dourados elaborou um projeto para fazer o estudo que se transformou em uma pesquisa do ZARC da Melancia para todo Brasil.

“Ficamos felizes em saber que a demanda chegada à Semagro está sendo atendida e, certamente, o encaminhamento dado irá contribuir para a adoção de novas tecnologias e informações, reduzindo incertezas e possibilitando acesso ao crédito rural e ao seguro agrícola”, destaca o Superintendente da Semagro Rogério Beretta.

O Diretor-Presidente da Agraer André Nogueira comenta: “A Agraer é a mão amiga do Governo do Estado junto ao produtor de alimentos que vão diretamente para mesa da população, por isso, a Instituição sempre que for procurada, estará pronta para colaborar”.

A Pesquisa

A análise inicia com as definições dos fatores de risco climático. A deficiência hídrica é o principal, mas não é o único. Após, são realizadas as simulações para todo o Brasil, utilizando a base de dados do ZARC. O processamento das simulações dura dois a três dias e é realizado em computadores potentes, instalados na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP).

O Projeto analisa duas condições climáticas distintas: melancia clima quente e melancia clima ameno ou frio. A primeira condição climática se enquadra, principalmente, nas regiões tropicais do Brasil, enquanto a segunda é típica dos meses de outono e inverno do centro-sul do país.

Dr. Ricardo comenta: ”Já realizamos a simulação da melancia clima ameno ou frio, estabelecendo como fatores de risco a ocorrência de geadas e de chuvas na colheita, além da deficiência hídrica. Estamos considerando também dois sistemas de cultivo: sequeiro e irrigado, que elimina o risco de deficiência hídrica. Os resultados para Mato Grosso do Sul foram satisfatórios. Teremos nos próximos dias uma reunião virtual com a participação da equipe local e técnicos da Agraer para análise e discussão desses resultados”.

Antes do envio dos resultados ao Mapa, serão feitas reuniões de validação (RV) com representantes do setor produtivo (produtores, assistência técnica, etc.).

“A RV em MS deverá ser a primeira. O ideal será fazer uma reunião presencial. Caso não seja possível, devido à pandemia, teremos de fazer uma reunião virtual, o que é mais complicado. De qualquer forma, essa reunião deverá ocorrer no, máximo, até o final de setembro”, finalizou Dr. Ricardo.

Fonte: Agraer MS

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