Maçã: Balança comercial está no azul
As exportações brasileiras de maçã vêm superando as importações desde março de 2019, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Como resultado, a balança comercial de maçãs ficou positiva, em US$ 6,6 milhões, no acumulado (janeiro a maio) – apesar das menores exportações nacionais e maiores importações da fruta frente ao mesmo período do ano passado.
De acordo com agentes, o recuo dos embarques brasileiros neste ano pode ser explicado pela menor disponibilidade da variedade gala (quebra de safra) e pelos maiores calibres desta temporada. Isso porque, como essas condições podem assegurar bons preços domésticos, os estoques devem priorizar o mercado interno e não o externo.
Além disso, alguns países importadores têm preferência por menores tamanhos – Bangladesh, por exemplo, o principal consumidor da fruta brasileira, opta por galas miúdas. Assim, apesar da maior demanda indiana, a receita brasileira dos envios internacionais totalizou apenas US$ 31 milhões entre janeiro e maio, valor 16% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.
No caso das importações, o cenário foi de alta, chegando ao gasto de US$ 24 milhões na parcial do ano, valor 10% superior na mesma comparação. Por um lado, barreiras fitossanitárias foram impostas à Argentina no primeiro trimestre do ano e houve queda na produção no Chile, provocando retração dos envios desses tradicionais fornecedores ao Brasil. Por outro lado, a Itália aproveitou essa "janela" aberta – com a recuperação da produção italiana na safra 2018/19, o país destinou quase sete vezes mais maçãs para o Brasil na parcial do ano (volume que corresponde a um terço do total exportado pelo Brasil).
E o que esperar para o segundo semestre? Com a intensificação das colheitas da temporada europeia, as exportações devem recuar no período. Vale ressaltar ainda que, como houve recuperação da produção de maçã na Europa nesta campanha, o volume de frutas disponível neste continente deve aumentar. Já as importações podem continuar crescendo, principalmente se os estoques nacionais não forem capazes de suprir a demanda doméstica pela gala, tendo em vista sua menor oferta nesta temporada.
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