Em Petrolina, Tereza Cristina diz a produtores que abrirá novos mercados para exportação de frutas (MAPA)
Em reunião com produtores rurais de Petrolina, em Pernambuco, a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) afirmou nesta segunda-feira (15) que vai trabalhar para abrir novos mercados para as exportações de frutas produzidas na região. Essa foi uma das principais reivindicações apresentadas pelos produtores à ministra, que está realizando a terceira etapa das viagens ao Nordeste para conhecer de perto os problemas da região. O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas do mundo, mas só exporta 3% de sua produção.
Tereza Cristina disse que o país pode aumentar suas exportações em várias cadeias do agronegócio, e que o setor de frutas é um dos que tem maior potencial de crescimento. Ela convidou o presidente do Sindicato Rural de Petrolina, Jailson Lira, e outros produtores da região à acompanhá-la na viagem que fará em maio à China, ao Japão, ao Vietnã e à Indonésia. Para a ministra, a fruticultura tem um potencial muito grande para se desenvolver no país, e a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do ministério está trabalhando na abertura de mercados e na diversificação da pauta brasileira de exportações.
“A fruta é um exemplo do potencial que se tem de exportação. Às vezes somos muito tímidos. A gente acaba ficando na soja, no milho, no algodão, que é um setor muito organizado, o do açúcar e do álcool também, mas precisamos abrir mais mercados. Tem outras coisas, e a fruticultura é uma delas, a gente pode caminhar e muito em relação a esse segmento”, disse a ministra. “Quem diria que em Petrolina iria explodir a fruticultura! Acho engraçado que todos os prefeitos que vão falar de fruticultura querem ter (produção) igual a Petrolina. Preciso aprender muito sobre Petrolina para ajudá-los”.
Ela também também se comprometeu a atender outra reivindicação dos produtores do município: a celebração de parcerias com o governo de Israel para obter a tecnologia da irrigação por gotejamento. Tereza Cristina lembrou as boas relações do presidente Jair Bolsonaro com o governo de Israel e com o embaixador daquele país no Brasil, e disse que vai estudar a melhor forma de fechar o convênio, que ele considera de grande utilidade para a região de Petrolina.
A respeito do trabalho da Embrapa, que os produtores disseram ser fundamental para o desenvolvimento de programas de melhoramento genético de uvas e outras frutas produzidas na região de Petrolina, Tereza Cristina disse que está trabalhando para reorganizar a empresa e mudar seu modelo de gestão. Uma das mudanças será permitir que a Embrapa recebaroyalties pelos resultados de suas pesquisas. A ministra disse considerar um absurdo que outros países estejam tentando cobrar royalties do Brasil pelas novas variedades de uvas que foram desenvolvidas pela Embrapa em Petrolina.
“Nós estamos colocando uma consultoria na Embrapa para rever esse modelo. A Embrapa tem que ter dinheiro, receber e o recurso não deve ir para o Tesouro mas para ela. O que acontece é que ela tem um valor teto, passou daquilo o dinheiro tem de ir para o caixa central. Isso está completamente errado. A Embrapa tem condições de, se reorganizando, receber royalties por uma série de coisas que faz de bom. Tem aí o feijão que vai começar a ser modificado, o que é uma vitória da Embrapa. Vai trazer uma série de benefícios para os produtores, custo menor, produção melhor. A Embrapa hoje tem uma margem muito pequena de ganho e esse dinheiro não vem para ela. Nós precisamos rever o modelo da Embrapa, e não é só na uva e na fruticultura”, disse a ministra.
Tereza Cristina viajou a Petrolina com comitiva que inclui os secretários de Agricultura Familiar, Fernando Schwanke, e de Política Agrícola, Eduardo Sampaio, o secretário-adjunto de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Pedro Alves Corrêa Neto; o diretor do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Colatto; o presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, e Danilo Fortes, novo integrante da equipe do Mapa. Também estão na comitiva o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e o deputado federal Fernando Coelho Filho (PSB-PE). O senador, em seu discurso, lembrou da importância da Embrapa para a fruticultura das margens do Rio São Francisco e defendeu que a empresa passe a receber os royalties pelo resultado de suas pesquisas.