Produtores de mandioca no PR ainda pagam dívidas de safra anterior
Os produtores de mandioca da região Noroeste do Paraná afirmam que, apesar dos preços bons da safra atual, não têm o que comemorar. O motivo é que eles ainda pagam as dívidas do ciclo de 2015/16, quando os preços do produto caíram abaixo do custo de produção, devido à supersafra do período.
Um deles, dos arredores de Paranavaí, conta que teve perdas de 30% no valor investido, enquanto o outro levou um prejuízo de R$ 2,5 mil por hectare plantado. Isso porque muitos arrendaram áreas para ter maior produção ou trocaram outras culturas pela mandioca, com o objetivo de aproveitar as cotações que chegaram a R$ 562,39 por tonelada na primeira semana de dezembro de 2013, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP). Com a normalização da oferta e a queda da demanda, que havia crescido pela seca no Nordeste naquele ano, os valores caíram até o patamar de R$ 124,15 em julho de 2015. Na ocasião, os custos de produção giravam em torno de R$ 200.
O agricultor Denilson Alves Lima, de Alto Paraná, conta que pretende recuperar neste ano as perdas da safra anterior. "Tive um prejuízo de 30% ou mais e fiz dívidas que ainda não terminei de pagar", diz. Ele planta mandioca há 20 anos no sítio São Roque e afirma que não migrou para outro tipo de cultura somente porque é o que sabe fazer melhor. "É o que posso fazer. Hoje trabalho eu, meu filho, dois funcionários e presto serviço para colheitas de outros também."
A maior parte da produção de Lima hoje é vendida para uma indústria e, cerca da metade dos 20 hectares onde planta, ele mantém para tentar vender para um preço melhor. "Existe um preço da região e o pessoal costuma pagar um valor igual, não adianta muito", reclama.
Já Odilon Rodrigues, da mesma região, chegou a ter 33 hectares em 2015, entre área própria e arrendada. Hoje está com 24 hectares. "Levei um prejuízo de R$ 2,5 mil por hectare e tinha um crédito de custeio, que venceu, renegociei e ainda não terminei de pagar", diz.
Leia a notícia na íntegra no site Folha de Londrina.