Exportação de grãos do Brasil deve acelerar com menos chuvas no centro-sul
SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de soja e milho deverá ganhar ritmo na próxima semana, diante de uma expectativa do menos chuvas na comparação com a primeira quinzena de março, quando os embarques em importantes portos do centro-sul do Brasil tiveram de ser interrompidos rotineiramente em função das precipitações, de acordo com informações de meteorologista e do porto de Paranaguá (PR).
O porto paranense, por exemplo, sofreu com chuvas acima da média neste mês. Em 16 dias de março, somando o acumulado em horas com interrupções de embarques em função do tempo chuvoso, Paranaguá perdeu o equivalente a quase sete dias, segundo a administração portuária.
Para a próxima semana, o cenário climático deve ser diferente, inclusive para o porto de Santos, o principal do país para soja e milho.
"O tempo mais firme, com previsão de chuvas bem mais irregulares na primeira semana do outono, irá favorecer os embarques de soja e milho nos portos de Santos e de Paranaguá", afirmou o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, à Reuters.
A região que engloba o porto de Paranaguá deverá receber cerca de 46 milímetros de chuvas acumuladas na semana até o dia 25 de março, enquanto a área de Santos 26,6 milímetros, conforme dados meteorológicos da Refinitiv. Isso é menos do que choveu nos últimos sete dias: 81,6 mm nas áreas do porto paranaense e 118,4 mm no paulista.
O outono começa na próxima segunda-feira, no Hemisfério Sul.
Um comerciante de grãos disse à Reuters nesta semana que alguns navios estavam aguardando até 35 dias para carregar as cargas em Paranaguá, num momento em que a colheita da soja está em pleno andamento.
O aumento no tempo médio de embarque de Paranaguá estaria levando as nomeações de navios para Santos, acrescentou um analista.
Procurada, a administração do porto de Paranaguá afirmou acreditar que as chuvas na semana que vem tendem a dar uma trégua, "melhorando as pespectivas da operação nos próximos dias".
Em seu último relatório, a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) elevou ligeiramente na terça-feira as previsões de exportações de soja e milho do Brasil em março.
(Por Roberto Samora e Ana Mano)