Comercialização da soja brasileira safra 2021/22 alcança 84,2% da produção esperada, aponta DATAGRO
A comercialização da safra 2021/22 da soja brasileira atingiu 84,2% da produção esperada até o dia 2 de setembro, mostra levantamento realizado pela Consultoria DATAGRO. Com isso, segue abaixo dos 96,6% do fluxo recorde da safra 2019/20, dos 87,0% observados em igual momento do ano passado, e também da média de 88,1% dos últimos 5 anos.
Houve incremento mensal de 4,3 pontos percentuais, acima dos 3,2 p.p. observados no mês anterior, mas um pouco aquém dos 4,6 p.p do padrão normal para o período. “Os preços médios internos tiveram leves quedas em agosto, mantendo os produtores na defensiva para realizarem grandes vendas. Entretanto, a necessidade de fazer caixa para o início do plantio levou a um movimento um pouco maior do que no mês anterior, mas de forma ainda limitada, no aguardo de que os preços possam subir um pouco mais com a intensificação da entressafra, o que é uma possibilidade bem plausível”, diz Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de pesquisa da DATAGRO Grãos.
Considerando a previsão de 2022, de 126,59 milhões de toneladas, os sojicultores brasileiros negociaram, até a data analisada, 106,58 mi de t. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava muito maior em termos relativos e absolutos, chegando a 120,77 mi de t.
Safra 2022/23
A análise da DATAGRO mostra que 16,2% da produção estimada da oleaginosa safra 2022/23 está comprometida comercialmente, avanço de 1,3 p.p. na comparação com o levantamento anterior. Esse fluxo está abaixo dos 23,2% em igual momento do ano passado, dos 46,7% do recorde de 2020 e dos 25,3% da média plurianual.
As vendas chegaram a 38,0% na Bahia, 27,4% no Mato Grosso, 25,1% em Santa Catarina e 17,7% no Mato Grosso do Sul.
Milho
O levantamento da DATAGRO também mostrou andamento um pouco melhor na comercialização do milho da safra de verão 2021/22 no Centro-Sul do Brasil, com avanço de 5,6 p.p. em agosto, acima dos 4,4 p.p. registrados em julho. Com isso, as vendas alcançaram 74,6% da produção esperada, contra 86,3% em igual momento do ano passado e 84,7% na média dos últimos 5 anos.
Com previsão de safra em 18,43 mi de t, os produtores comercializaram 13,74 mi de t.
“Boa parte do ânimo dos produtores em acelerar um pouco a comercialização veio da alta geral dos preços em agosto, diferente do que havia ocorrido em julho”, destaca França Junior.
Em relação à safra de inverno 2022, até o dia 2 de setembro, 55,1% da produção estava compromissada pelos produtores, ante 48,1% no mês passado, 77,7% em 2021 e 69,8% na média plurianual.