Futuro do arroz aponta para a diversificação da lavoura
Alternar culturas e consolidar as multisafras nas propriedades arrozeiras. Esse é o caminho apontado para o setor, que vê sua área plantada e as intenções de semeadura diminuírem a cada ano. Além de enriquecer o solo e facilitar o manejo, a diversificação de culturas também proporciona mais rentabilidade ao produtor, que há anos sofre com os baixos preços pagos pelo produto e o custo elevado dos insumos – situação que vem se agravando nos últimos dois anos. É sobre esse tema que deve tratar a 33ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, que ocorre de 14 a 16 de fevereiro de 2023, na sede da Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS). O lançamento oficial ocorreu no final da manhã desta segunda-feira, 29 de agosto, na programação da 45ª Expointer. A promoção é da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).
Ao longo de três dias de evento, o tema será tratado por pesquisadores, representantes setoriais, produtores e indústria, que irão compartilhar conhecimento sobre o setor que gera mais de 20 mil empregos diretos em 205 municípios gaúchos. A expectativa da Federarroz é que esta seja a maior já realizada, com a participação esperada de 10 mil pessoas. “O produtor de arroz agora é um produtor de grãos, que também faz integração com pecuária. É dessa diversidade que virá o resultado econômico. Por isso, as propriedades têm que se adaptar”, afirma o presidente da Federraroz, Alexandre Velho.
A expectativa do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) é que haja uma redução de 10% de intenção de semeadura de arroz para a próxima safra. Por outro lado, o aumento na intenção de semeadura de soja é de 19,7%. A área de soja plantada em terras baixas deve chegar aos 500 mil hectares, o que comprova a inserção do arroz nos sistemas de produção múltipla de grãos. As pesquisas apontam para possibilidades de integração do arroz com outras culturas como milho e trigo. “O objetivo é buscar soluções para a monocultura, diminuindo a dependência dos produtores de arroz”, destaca Velho.
Para o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Domingos Velho Lopes, a 33ª Colheita representa o conceito de “multiprodutor”, já que não se trata mais somente de arroz, mas de culturas diversas como soja, milho, pasto e floresta. “Com isso, somos exemplo de agricultura sustentável no mundo”, salientou Lopes. Estreante como um dos correalizadores da Colheita, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) comemora a possibilidade de se aproximar de mais uma cadeia produtiva relevante para a economia rural do Estado. “Queremos nos somar à inteligência que é produzida pelas entidades setoriais e também pelos órgãos de pesquisa, como Embrapa e Emater, para que o evento seja maior e mais relevante”, comenta o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli.