Argentina tem exportação de grãos impactada por colapso de margem no rio Paraná

Publicado em 11/05/2020 08:26 e atualizado em 11/05/2020 09:09

Por Lucila Sigal

BUENOS AIRES (Reuters) - Navios transportando cargas no rio Paraná, vital para as exportações de grãos da Argentina, têm precisado reduzir sua capacidade depois que um colapso em uma das margens do manancial obstruiu o canal de navegação, disseram exportadores à Reuters.

Trabalhos de dragagem estão sendo realizados agora no Paraná, ao sul do complexo portuário de Rosário, para tentar restaurar a profundidade da água necessária ao tráfego das exportações, mas atualmente não há estimativa sobre quando as operações normais na importante via de grãos podem ser retomadas.

"Os navios não podem partir porque eles não têm margem de segurança adequada", disse à Reuters o gerente da Câmara de Portos e Atividades Marítimas, Guillermo Wade, acrescentando que as embarcações precisam reduzir o peso levado em cargas para poder passar.

"Um navio geralmente carrega cerca de 50 mil toneladas de grãos. Estamos falando de 11 mil toneladas a menor por navio", estimou ele.

A Argentina é o terceiro maior exportador global de soja e milho e o principal fornecedor de farelo de soja utilizado como ração para animais da Europa ao Sudeste Asiático.

Os problemas nos embarques da Argentina podem mudar os fluxos de comércio global, com importadores buscando fornecedores rivais como o Brasil e os Estados Unidos.

Cerca de 80% das exportações agrícolas e agroindustriais da Argentina são enviadas pela região de Rosario.

O nível da água no rio Paraná já saiu para uma mínima em 50 anos, prejudicando o tráfego das exportações e causando perdas de 244 milhões de dólares à indústria local nos últimos quatro meses.

O colapso na margem do rio exacerba uma situação já difícil para o setor exportador de grãos argentino, que está em meio ao pico da temporada de exportações de soja e seus derivados e de milho, disse o chefe da câmara local e exportadores e processadores de grãos (CIARA-CEC), Gustavo Idigoras.

"Aqueles navios que já estavam em carregamento nos 32 terminais naquela área estão levando ainda menos (cargas) do que já estavam antes", disse ele.

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Fonte: Reuters

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