Exportação de arroz do RS bate recorde em outubro e atinge maior marca do ano, aponta Farsul
Os números totais das exportações gaúchas no agronegócio referentes ao mês de outubro registram melhora na comparação com setembro, mas são inferiores ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, nota-se uma reação positiva do mercado externo. O Estado exportou US$ 961 milhões em outubro, valor que representa crescimento de 7,81% em relação a setembro e queda de 8,1% quando confrontado ao mesmo período de 2017.
Quanto aos índices relativos ao acumulado do ano, o setor soma uma exportação de US$ 10,064 milhões – que representam 4,7% a mais do que os 10 primeiros meses de 2017. Para o analista de Relações Internacionais do Sistema Farsul, Renan Hein dos Santos, “de uma maneira geral, o ano está bom. Até a metade de 2018, o cenário era muito promissor, porém, com a greve dos caminhoneiros, o problema na tabela do frete e os embargos de mercados importantes, o acumulado positivo diminuiu bastante. Os índices estão satisfatórios, mas poderiam estar bem melhores”, interpreta.
O destaque dos dados fica por conta do grupo de cereais – composto por arroz, milho e trigo –, que obteve melhora de 81,73% se comparado a setembro e 168,79% se contraposto a outubro do ano anterior. O valor negociado foi de US$ 57 milhões, quase todo relativo ao arroz. “Os números são muito bons. O valor expressivo aconteceu por conta dos leilões de PEP e PEPRO, que foram realizados no período da colheita e ajudaram a estimular a exportação e desafogar os estoques, fatores positivos para os produtores e que influenciam nos preços. Com isso, a conjuntura para o fim deste ano e o ano que vem é positiva, lembrando que tudo depende da safra”, explica Santos
Afora os cereais, registrou-se quedas nas comparações com outubro de 2017 nos principais grupos que representam o setor – soja, carnes, fumo e animais vivos. Porém, destes, apenas as carnes estão sendo menos exportados se vistos os acumulados dos dois anos. “Com a carne bovina, trabalha-se no limite do teto de exportação, pois, dos 350 frigoríficos do Estado, apenas quatro são capacitados a exportar. A carne vermelha que sai do território gaúcho para o Exterior corresponde a apenas 13% do total de produção – o que é uma pena, principalmente levando-se em conta a qualidade do produto. Apesar disso, vistos isoladamente, são bons índices. Por outro lado, os mercados das carnes de frango e suína foram impactados por embargos de União Europeia e Rússia, respectivamente”, analisa Santos.
A queda de 24,22% nos negócios de fumo entre os dois outubros pode ser elucidada por problemas de importação de Itália e China, mas, segundo Santos, só vai ser possível uma análise detalhada nas próximas pesquisas, nas quais também poderão aparecer reações nos números das carnes brancas, em razão do fim do embargo russo.
“O ano tende a terminar com acumulados positivos, mas, em se tratando de mercado, dada a grande volatilidade da nossa economia, não podemos nos dar o luxo de cravar números”, conclui.
A China segue sendo o grande parceiro comercial do agronegócio gaúcho, destino de 46,8% do valor exportado - US$ 4,7 bilhões. Em segundo lugar aparecem os Estados Unidos, com US$ 362 milhões e 3,6% do market share. Na terceira colocação está a Bélgica, com US$ 293 milhões e 2,9% de participação.