Ações da Bunge atingem máximas de 22 meses com especulações de fusão com Glencore
As ações da Bunge testaram máximas de 22 meses na quarta-feira (24) depois de especulações de fusão pela unidade de agricultura da Glencore Plc's que estimularam o apetite dos investidores na consolidação do setor de commodities. As informações são da agência de notícias Reuters.
Apesar de não haver nenhuma informação concreta, segundo a Reuters, a reposta morna da Bunge de uma "possível combinação consensual de negócios" sugere que uma abordagem M&A (fusão e aquisição) pelas duas gigantes pode estar em andamento.
As ações da Bunge fecharam em US$ 82,54 na quarta-feira, depois de tocarem durante o dia máximas de US$ 82,96, o maior valor já registrado desde julho de 2015. As ações da Glencore caíram 0,1% para 291,972 pence.
As tradicionais empresas de negociação de grãos dos Estados Unidos, como a Bunge, Archer Daniels Midland Co e a Cargill Inc, que já têm uma grande presença nos EUA, estão buscando cadeias de suprimento de produtos de margem mais alta. As empresas, juntamente com a Louis Dreyfus Co, são conhecidas como "ABCDs" do comércio global de grãos.
Paralelamente, players estrangeiros como a Glencore e o grupo chinês Cofco Group estão ansiosos para ganhar posição nos Estados Unidos – maior exportador de produtos agrícolas do mundo – e outras importantes áreas de produção na América do Sul, onde a Bunge ocupa importante fatia de mercado.
"Se você quer ser um ABCD, você tem que comprar um", disse o economista agrícola Jay O'Neil, da Kansas State University. "Você não pode sair e recriar esses tipos de operações de comércio internacional naturalmente".
À Reuters, a Bunge, que é a maior processadora mundial de sementes oleaginosas, disse que não está em negociações com a Glencore e que continua empenhada em expandir sua estratégia de crescimento para produtos de maior margem, como ingredientes alimentícios naturais e óleos comestíveis especiais.
Sob condição de anonimato, um colaborador da Bunge disse ao Notícias Agrícolas que recebeu nota da empresa com a mesma informação.
Já o CEO da Glencore, Ivan Glasenberg, disse na quarta-feira que a empresa quer expandir seus negócios com agricultura, mas que não tem planos de migrar seus trbalahos para qualquer mercadoria que ainda não comercialize. A empresa é uma das fornecedoras do mundo de açúcar, trigo e leguminosas, como ervilhas e lentilhas. Também comercializa algodão, milho, cevada, soja e outras culturas.
Um acordo entre com a Bunge poderia transformar a Glencore em uma grande força no setor agrícola dos EUA e faria a joint venture da empresa suíça ser a mais recente entidade estrangeira a possuir um pedaço na cadeia alimentar norte-americana.
A notícia de que a Glencore Agriculture Ltd, de propriedade conjunta da Glencore e de dois fundos de pensão canadenses, se aproximou da Bunge provocou o maior rally do agronegócio dos EUA em mais de oito anos na terça-feira, de acordo com a Reuters.