Safra de trigo da Argentina tem três perspectivas diferentes de produção
Os números da colheita de trigo causam dúvidas na Argentina. As previsões do Ministério da Agroindústria se chocam com as feitas pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), enquanto o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) traz uma previsão ainda mais baixa.
A Argentina é o segundo maior país exportador do hemisfério sul, depois da Austrália, além de ser o fornecedor padrão para o mercado de importação brasileiro.
A diferença das estimativas da BCBA e do governo está em 2,4 milhões de toneladas.
O ministério prevê uma colheita de 14,9 milhões de toneladas, o número mais alto em cinco anos. A área plantada de trigo, segundo ele, deve ser de 4,3 milhões de hectares.
Geadas
A previsão oficial veio quando a BCBA deixou sua previsão inalterada em 12,5 milhões de toneladas, com a possibilidade de quedas futuras.
A bolsa alertou para os efeitos do frio sobre algumas partes da província de Buenos Aires, o coração agrícola do país. A geada "causaria uma diminuição no potencial de rendimento dos lotes afetados, que se encontravam na fase de enchimento de grãos", aponta.
Perdas poderiam ser quantificadas, uma vez que os trabalhos de colheita avançam sobre a região, aumentando, assim, a possibilidade de quedas futuras.
Chuva oportuna
O IGC também divulgou, na última quinta-feira (24), uma estimativa para a safra argentina de trigo, de 14,2 milhões de toneladas.
Resultados decepcionantes foram relatados na colheita ao norte da Argentina, mas chuvas oportunas para as áreas centrais e do sul trouxeram quadros benéficos para o trigo, segundo o órgão.
Espera-se, portanto, que os rendimentos melhorem à medida em que a colheita avança.
Tradução: Izadora Pimenta