Desempenho do frango vivo em janeiro de 2011
Em suma, o desempenho do frango vivo em janeiro esteve absolutamente dentro do normal, seguindo a regra, natural, de que o consumo (e, por decorrência, demanda e preços) recua sensivelmente a cada início de novo exercício, comparativamente ao encerramento do exercício anterior.
Foi assim em nove dos últimos 11 anos, o que quer dizer que esta regra também tem exceções. E as duas registradas nesse período ocorreram após crises que compeliram o setor a reduzir a produção e ocasionaram, na sequência, menor oferta do produto.
Nada disso ocorreu desta vez. Como foi dito, no mês anterior o frango vivo alcançou seu melhor preço de todos os tempos. E, em relação a anos anteriores, o retrocesso nos preços foi, de certa forma, moderado. Mais: não foi ocasionado pela combinação de alta oferta e baixa demanda, como se viu em várias ocasiões anteriores. Quer dizer: a queda, no mês, foi devida exclusivamente ao forte retrocesso no consumo. E isso se refletiu não apenas no frango, mas nos alimentos em geral, até mesmo na ainda escassa carne bovina.
Dito isso, a conclusão que fica é a de que uma simples retomada do consumo ocasionará nova reversão da situação do frango, mesmo porque prevalece a opinião de que o suprimento de carne bovina continuará apertado, favorecendo o consumo das demais carnes. E essa reversão, com nova valorização do produto, deve começar a ocorrer a partir de fevereiro, ainda que de forma lenta.
Mas por que “de forma lenta”? Porque, normalmente, o mercado só apresenta verdadeira reação a partir do quarto ou quinto mês do ano, após cumpridas as tradicionais obrigações financeiras de todo início de ano. E, desta vez, essa lentidão pode causar sérios problemas ao setor, porquanto os custos de produção evoluem de forma bastante acelerada. Atenção, portanto, pois preço melhor não significa, necessariamente, lucro. Não pelo menos, com os atuais preços do milho.