Nova exigência russa pode afetar também o frango brasileiro
Ao mesmo tempo em que observava que a proibição passa a vigorar em menos de noventa dias (“para o que estão sendo efetuadas as necessárias alterações nos regulamentos sanitários”), Onishchenko comentou que a utilização da carne de frango congelada já está proibida desde o começo de 2010 na fabricação de alimentos infantis. Agora será estendida aos alimentos em geral, só se permitindo no pós-processamento a utilização de carne de frango resfriada.
Justificando a medida, o chefe do Rospotrebnadzor comentou que, “hoje, a carne resfriada pode ser estocada por até 120 dias em atmosfera gasosa inerte”. Mas não negou que o custo é fator capaz de dificultar a implantação da nova norma, apenas acrescentando que “de qualquer forma, a carne resfriada é muito melhor, em termos de valor fisiológico, que a carne congelada”. Porque – foi a explicação que encontrou – “a carne congelada pode sofrer sucessivos processos de descongelamento e congelamento”.
Como o anúncio ocorreu no início desta semana, ainda não foi possível avaliar em profundidade os efeitos que a medida trará para as empresas que exportam para a Rússia ou, mesmo, para aquelas que, internamente, desenvolvem processos de industrialização.
Mas, de princípio, parece estar claro que a própria avicultura russa será a grande beneficiada, já que – ao menos nessa área – não enfrentará concorrentes externos. No entanto isso afetará os preços internos dos pós-processados, já que o produto interno, independente de ser resfriado, é mais caro que os congelados importados.