CNA destaca importância de tornar o Brasil livre de Peste Suína Clássica
Em evento sobre os avanços do Plano Estratégico Brasil Livre de Peste Suína Clássica (PSC) realizado, na quinta (9), a CNA destacou a importância de o país avançar com as zonas livres da doença para garantir a sanidade do rebanho e alavancar o desenvolvimento da suinocultura brasileira.
O encontro foi promovido pelo Ministério da Agricultura e teve o apoio da CNA, das Associações dos Criadores de Suínos (ABCS) e de Proteína Animal (ABPA), do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) e da Secretaria de Agricultura de Alagoas.
A Peste Suína Clássica é uma doença causada por um vírus, caracterizada por ser altamente contagiosa, sem tratamento e cura. É considerada pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) uma enfermidade de notificação compulsória.
Atualmente, a zona livre de PSC abrange 16 estados e a zona não livre 11 estados (Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Pará, Amapá, Roraima e parte do Amazonas). O último foco registrado no país foi no ano passado, no estado do Piauí.
Na busca por erradicar a enfermidade nas zonas livres, o Mapa, em parceria com a iniciativa privada, estruturou o Plano Estratégico Brasil Livre de PSC que inclui ações para fortalecer a vigilância contra a doença e o desenvolvimento de um programa de vacinação regionalizado. O estado de Alagoas foi escolhido para a implementação do projeto piloto da campanha de vacinação. A CNA foi uma das apoiadoras do projeto.
Na abertura do evento, o presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Adroaldo Hoffmann, ressaltou a importância da iniciativa público-privada que conseguiu vacinar, em média, 130 mil suínos em cada etapa da campanha, totalizando mais de 648 mil imunizações entre 2021 e 2023 em mais de 5,5 mil propriedades rurais.
“Esse trabalho foi feito a várias mãos e deve ser replicado em outras regiões. Os produtores, principalmente os pequenos, precisam do nosso apoio para desenvolver a cadeia produtiva, sustentar suas famílias e produzir alimento para o povo brasileiro”.
Para Hoffmann, a suinocultura brasileira desempenha papel social importante na pecuária, uma vez que nas pequenas propriedades, a exemplo de Alagoas, os produtores conseguem criar os suínos para subsistência e vender os animais excedentes para dar qualidade de vida à sua família.
“Trabalhando em conjunto podemos transformar a produção em grande escala para o consumo interno brasileiro e para exportação, com segurança alimentar, cumprindo sua função social do setor”, disse o presidente.
Durante o encontro, o assessor técnico da CNA, Rafael Ribeiro, fez uma apresentação com uma análise dos impactos socioeconômicos da PSC e falou sobre os benefícios de avançar com as zonas livres da doença, que incluem oportunidades de abertura de mercados para exportação, aumento do consumo doméstico, desenvolvimento da cadeia produtiva e garantia da segurança alimentar.
“Os principais concorrentes do Brasil são zonas reconhecidas como livre da Peste Suína Clássica. No país, a zona não livre representa cerca de 6 milhões de suínos ou 13,4% do rebanho nacional, por isso é fundamental inserir esses estados na zona livre”.
Rafael também apresentou possíveis cenários em casos de surto da doença no país. “Conforme o grau de complexidade e área afetada, os prejuízos podem variar de R$ 95 milhões até R$ 35 bilhões”.