Exportações de carne suína tendem a aumentar no 2º semestre do ano, aponta StoneX
O Brasil é um exportador importante de carne suína. Suas exportações, em 2022, totalizaram mais de um milhão de toneladas, e boa parte deste volume foi vendido para a China. Ao longo dos últimos anos, é importante notar que as vendas internacionais de carne de porco brasileiras aumentaram consideravelmente: o crescimento do volume exportado, desde 2017, atinge 71%.
Sazonalidade das exportações de carne suína
O movimento sazonal das exportações de carne suína demonstra que, nos primeiros meses do ano, os volumes exportados são relativamente baixos: janeiro e fevereiro, por exemplo, registram os menores volumes exportados do ano.
Contudo, a partir de março, a quantidade exportada tende a aumentar. Este aumento das exportações acontece de forma gradual, mas nota-se que os meses de julho, agosto, setembro e outubro tendem a marcar épocas de bons resultados para as vendas internacionais brasileiras. Há, além disso, crescimentos pontuais dos volumes exportados em março e em dezembro.
Em 2023, a variação sazonal das exportações de carne suína está semelhante ao que que foi observado ao longo dos anos anteriores. Os dois primeiros meses do ano marcaram um período de baixo volume exportado, mas nota-se uma gradual recuperação das exportações a partir de março.
Assim, espera-se que, que ao longo do ano, as exportações de carne suína sigam um movimento similar à tendência histórica: um crescimento das vendas no segundo semestre, com números maiores, especialmente, nos meses de julho, agosto e setembro e outubro.
O fator China – participação do país asiático nas exportações brasileiras
Um dos fatores que ajuda a explicar a sazonalidade das exportações brasileiras de carne suína, em especial, são as vendas brasileiras à China. O país asiático é um grande comprador de carne do Brasil, e, portanto, a sua demanda influencia substancialmente o desempenho das exportações brasileiras.
Em 2017, as vendas de carne suína para a China representavam menos de 10% das vendas totais do Brasil, mas, em 2022, a participação do país asiático atingia os 43%. Entre 2020 e 2022, vale ressaltar, houve uma diminuição da participação chinesa nas vendas brasileiras, e este fenômeno está relacionado à normalização do rebanho chinês após os danos causados pela peste suína africana, que dizimou parte importante dos animais no país asiático entre 2018 e 2019.
É preciso ressaltar que, apesar da recente diminuição da participação chinesa nas vendas brasileiras, a China é uma grande compradora de carme suína brasileira, e, assim, a demanda do país asiático ainda tem um peso estratégico na determinação da sazonalidade das vendas do Brasil.
Conforme o gráfico abaixo, a sazonalidade das exportações brasileiras de carne suína para a China mostra o seguinte movimento: nos primeiros meses do ano, as exportações se mantêm em patamares relativamente baixos, e na segunda metade do ano, as vendas crescem. Em novembro, nota-se uma diminuição das exportações, e, em dezembro, há um novo aumento das vendas ao país asiático. Além disso, março e maio registram aumentos pontuais das vendas.
O movimento sazonal do total de carne suína exportada pelo Brasil, portanto, é semelhante à sazonalidade observada para as exportações à China, justamente em decorrência da grande representatividade que o país asiático possui no comércio internacional do Brasil.
A demanda por importações de carne na China está, em larga medida, relacionada ao feriado do Ano Novo Lunar chinês, que acontece em meados de fevereiro, e a aproximação da data impulsiona as suas compras internacionais de proteína animal. Dessa forma, o mercado pecuário brasileiro, que é um grande fornecedor de proteína animal ao país asiático, é bastante influenciado por este evento.
Em 2023, a sazonalidade das exportações brasileiras de carne suína à China tem apresentado um movimento ligeiramente diferente daquele observado na média histórica. Alinhada à tendência histórica, as vendas de 2023 começaram o ano em patamares relativamente baixos. Contudo, em vez de um crescimento gradual das vendas, que costuma ocorrer a partir de março, neste ano, as exportações têm se mantido em níveis mais baixos, e ainda não houve uma retomada significativa das vendas.
Essa diferença de 2023 em relação ao à tendência sazonal dos outros anos, contudo, não altera a provável tendência para a segunda metade do ano. Espera-se, até o final de 2023, um aumento das exportações ao longo dos próximos meses, em especial, a partir de julho, quando as importações da China, relacionadas ao ano feriado do Ano Novo Lunar, começam a ganhar tração.