Everton Krabbe: “O maior patrimônio do avicultor não é a ave, mas sim a saúde das aves”
Pensando na utilização da pesquisa científica no desenvolvimento para a avicultura, o pesquisador e chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe, afirma que não dá para pensar em nutrição sem pensar em sanidade, não dá para pensar em sanidade sem pensar em manejo. “Tudo está associado para uma boa produção”.
“Ter um plantel sem saúde, não vale nada. O maior patrimônio do avicultor não é a ave, mas sim a saúde das aves; a sanidade está diretamente ligada às boas práticas nas granjas. É um passivo bem complexo. Precisamos trazer práticas e tecnologias para poder colocar em marcha estes protocolos de biosseguridade”, afirmou Krabbe durante a 4 ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos (Conbrasul Ovos).
Dentro dos assuntos que Krabbe elenca como pautas na pesquisa estão questionamentos como “como a gente quer a avicultura do futuro?”, se as instalações que existem hoje no setor são as certas para o atual cenário, levando em conta a gripe aviária, e se estas instalações, por melhor que sejam, podem ser melhores no futuro.
“No futuro elas precisariam ser totalmente fechadas, com tudo controlado? Proteger melhor o nosso material genético? Precisamos pensar nisso”, afirmou o líder da Embrapa Suínos e Aves.
Uma outra tendência tecnológica da atualidade citada por Krabbe é a inteligência artificial e como ela pode ser utilizada no setor da avicultura. Ele cita como exemplos a captação de sons emitidos pelas aves para detecção de problemas de saúde, ou até para análise por imagem de ambientes.
“Isso poderia ser utilizado, por exemplo,para observar vetores de doenças, como a gripe aviária, (no caso, as aves silvestres). Se tivéssemos externamente um sistema que, com base em imagens, um gestor de uma indústria de rações, pudesse ter um controle por imagem de qual horário e em qual local há aglomeração tem aves silvestres, poderia haver controle de contaminação das rações”, conta.