Embrapa apresenta pesquisas e atuação na Comissão de Agricultura

Publicado em 03/05/2023 16:11

Pesquisas recentes, atuação, uso de tecnologia e propostas futuras foram apresentadas por representantes da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, da região sul do país, durante reunião da Comissão de Agricultura e Política Rural, na manhã desta quarta-feira (3).

Everton Luis Krabbe, chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, falou sobre a importância da proximidade da instituição, que completou 50 anos na semana passada, com a Assembleia Legislativa. Krabbe apresentou dados sobre a sanidade de produção para suínos e para aves produção e sua relação com o meio ambiente. “Sabemos que as nossas cadeias precisam ser sustentáveis, pois estão, obviamente, inseridas no contexto do meio ambiente. É um desafio imenso, porque sabemos que, no caso da avicultura e da suinocultura, nós estamos falando de 65% a 70% da produção nos três estados do Sul”.

Status sanitário, genética e tecnologia

Conforme Krabbe, sua chefia apresenta mais de 50 projetos que exigem total comprometimento e valorização de pesquisa e de profissionais qualificados, fator que pode ser verificado com a erradicação de várias doenças. “O status sanitário do estado de Santa Catarina é hoje o mais elevado do país e nós precisamos trabalhar para manter isso”.

Em relação a pesquisas genéticas de aves e suínos, Everton Kabbe relatou que a Embrapa teve uma importante contribuição na modernização da inspeção federal. “Isso é substancialmente importante para a cadeia porque o Brasil é um dos países que mais desperdiça carnes e proteína de origem animal, por questões de inspeção, que se baseava em legislações na década de 1970, então nós fizemos todo um trabalho de modernização e uso de tecnologias para destinação de animais mortos, um tema extremamente importante e delicado para a gente tratar”. 

Carne de laboratório

Krabbe falou, ainda, sobre boas práticas de produção, bem-estar e biosseguridade, que demandam tecnologias extremamente importantes e tratou da produção de análogos de carne. “Embora pareça meio contraditório produzir carne em laboratório, é algo que tem um movimento mundial muito forte e nós estamos trabalhando nisso; estamos muito próximos de produzir carne em laboratório. Entendemos que não é uma concorrência com o sistema de produção convencional, mas é algo que nos coloca na vanguarda no sentido do conhecimento. Apesar de ser um nicho, tem um consumidor específico, entendemos sua importância, tanto em relação a costumes, como a posicionamentos relativos à causa animal e ao meio ambiente.

Segurança alimentar

Jorge Lemainski, chefe-geral da Embrapa Trigo, entende a sustentabilidade como principal fator para a segurança alimentar e acredita que a tecnologia contribui com a agenda catarinense. “Nós temos seis programas de melhoramento genético do trigo, da cevada, do centeio e da aveia e também somos complementares a agenda da soja. “Nosso grande desafio é a expansão da área de cultivo de cereais de inverno. Estamos avançando na pesquisa com relação a isso, porém é uma pesquisa que requer investimentos. O Ministério da Ciência e Tecnologia tem um projeto, mas penso que, pelo significado que a cadeia de proteína tem Santa Catarina, deveríamos unir mais esforços para vencermos este grande desafio que nos colocará na autossuficiência”.

Investimentos e parceria

Erich Gomes Schaitza, chefe-geral da Embrapa Florestal e Fernando Flores Cardoso, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul apresentaram suas pesquisas e investimentos nos dois setores e também chamaram atenção à questão da sustentabilidade e da necessidade de parceria e de recursos para investimento no estado.

Schaitza apontou que a parceria em Santa Catarina é feita por meio da Cidasc – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, e Epagri – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural, mas que essas parcerias não entram no orçamento da Embrapa. “Temos visto, pelo menos no Paraná, parcerias com universidades e, assim, a gente consegue mobilizar os deputados estaduais de lá para que eles aloquem orçamento para desenvolvermos esse trabalho que é tão importante para o estado, então é importante, aqui, que a Alesc empreenda recursos para a Cidasc e Epagri, em programas de desenvolvimento interessantes para as regiões do estado. A questão de sanidade como um todo da área florestal é uma prática muito grande de trabalho em Santa Catarina e a gente quer continuar fazendo, mas só acontece se a gente conseguir mobilizar recursos”.

Demarcação de terras indígenas

Foi aprovada durante a reunião a Moção de Apelo nº 12/2023, enviada pela Câmara Municipal de Cunha Porã, tendo como autoras as vereadoras Nadia Aparecida Barbieri e Tatiana Ines Ely Henicka, solicitando ações em defesa dos direitos dos agricultores que estão em possíveis áreas requeridas pelos indígenas na região do Araçá, nos municípios de Saudades e Cunha Porã.

Serviço de inspeção realizado pela Cidasc

De autoria do deputado Altair Silva (PP), presidente da comissão, foi aprovado o requerimento RCC/0029/2023 que requer a realização de evento, ainda sem data agendada, no Hall da Assembleia Legislativa, para apresentação do serviço de inspeção realizado pela Cidasc nas agroindústrias e degustação de produtos inspecionados pelos profissionais da companhia, com Serviço de Inspeção Estadual (SIE), Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA) e Selo ARTE.

Defesa Agropecuária e inspeção de produtos de origem animal

Também foram aprovados o requerimento RCC-0030/2023, de autoria do deputado Altair Silva, que convida o diretor de Defesa Agropecuária, Diego Torres Severo, para comparecer à reunião da Comissão de Agricultura, a ser realizada em data oportuna, nas dependências desta assembleia Legislativa (Sala das Comissões) para explanação do Fórum Anual de Prevenção da Febre Aftosa, e o requerimento RCC/0031/2023, do mesmo parlamentar, para exposições a serem ministradas pelo engenheiro agrônomo Alexandre Mees, gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal e do médico veterinário, Jader Nones, gestor de Departamento Estadual de Inspeção de Produtos de Origem Animal, ambos da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), ainda sem data prevista.

Capital da fruta

De autoria de Altair Silva e relatoria do deputado Napoleão Bernardes (PSD), foi aprovado o Projeto de Lei (PL 37/2023), extra-pauta, que reconhece o município de Mondaí como a capital catarinense da fruta. Segundo o relator, Altair Silva propõe alterar a Lei 16.722/2015 que consolidou as leis que conferiram denominação adjetiva aos municípios catarinenses. “A homenagem tem amparo nas características urbanísticas dessa bonita cidade catarinense que conta com inúmeras espécies de árvores frutíferas plantadas de forma ornamental. Uma peculiaridade que traduz aos cidadãos locais e aos turistas os principais atrativos do município.”

Fonte: Alesc

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