Goiás: Agrodefesa capacita médicos veterinários para atuação em caso de ocorrência de gripe aviária
Em mais uma iniciativa prática com o objetivo de preparar os profissionais da medicina veterinária para enfrentamento da influenza aviária caso a doença chegue a Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) está ministrando hoje e amanhã (25 e 26 de abril), o curso de capacitação técnica sobre Influenza Aviária e Protocolo de Necrópsia em Aves. O diretor de Defesa Agropecuária, Sérgio Paulo Coelho, fez a abertura dos trabalhos, quando reforçou a importância e a necessidade de estar preparado para enfrentar o problema.
Nos dois dias serão capacitados cerca de 80 profissionais, incluindo fiscais estaduais agropecuários da Agrodefesa, auditores fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que atuam no Estado de Goiás e médicos veterinários habilitados no Programa Nacional de Sanidade Avícola, que exercem atividades no segmento da sanidade animal. A coordenação dos trabalhos está a cargo da Gerência de Sanidade Animal, com supervisão da Diretoria de Defesa Agropecuária.
A meta é preparar profissionais para atuação efetiva em caso de introdução da influenza aviária em Goiás. Trata-se de uma doença com potencial para causar elevados prejuízos à cadeia de produção avícola, às pessoas e à economia do Estado e constitui uma ameaça real ao Brasil, já que foram detectados focos da doença no continente americano, principalmente nos Estados Unidos, México, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Bolívia, Chile, Uruguai e Argentina.
Teoria e prática
O conteúdo do curso inclui informações teóricas e práticas, repassadas pela professora Ana Maria Almeida, da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Em palestra que fez na manhã de hoje (25), ela discorreu sobre diversos aspectos da influenza aviária, inclusive fazendo um histórico do surgimento da doença, sua difusão pelos continentes e suas consequências, com prejuízos aos criadores e às economias dos países até os dias atuais. Também apresentou dados sobre a situação atual da doença que, nos Estados Unidos, já provocou o sacrifício de mais de 50 milhões de aves em 48 Estados do País.
No aspecto técnico, a professora falou sobre a etiologia da doença, especificando tipos e subtipos de vírus, sintomatologia e lesões causadas pela gripe aviária e diferenciação em relação a outras doenças como Newcastle, Laringotraqueíte e Cólera Aviária. Usando ilustrações e fotos, ela mostrou características das aves que são acometidas pela Influenza que, conforme reforçou, é uma doença respiratória e que pode ser transmitida para diversas espécies animais e também para o homem.
O conteúdo prático está sendo repassado aos participantes no período da tarde, na Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG. A orientadora também é a professora Ana Maria, que fará demonstrações práticas sobre procedimentos para realização de necrópsia em aves. Além disso, os participantes também terão oportunidade de aplicar os conhecimentos na prática, em aves a serem cedidas pela Escola.
Proteção individual
Os profissionais da medicina veterinária precisam estar preparados também para a sua própria proteção em caso de surto de gripe aviária. Principalmente porque a doença é classificada como zoonose, uma vez que pode ser transmissível aos seres humanos. Desse modo, a programação do curso incluiu também palestra para orientação quanto ao uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e como fazer a desinfecção desses equipamentos.
As orientações foram repassadas pelo técnico de Segurança do Trabalho, Maicon Queiroz, que atua no Serviço Especializado em Saúde e Medicina do Trabalho (Sesmt/Agrodefesa). Além de abordar o aspecto teórico sobre a importância dos equipamentos, ele também promoveu atividades dinâmicas com os participantes para demonstração prática do uso correto dos EPIs. A primeira turma, que fez o curso hoje, contou com 40 participantes. As atividades terão continuidade amanhã, quando outros 40 médicos veterinários farão o treinamento.