Santa Catarina: Prevenção da Influenza Aviária mobiliza Cidasc e parceiros
Um trabalho de defesa agropecuária efetivo depende não só do poder público, mas da articulação com toda a cadeia produtiva e a sociedade. Em relação à Influenza Aviária não é diferente: a Cidasc, que é o órgão oficial de defesa agropecuária de Santa Catarina, trabalha em conjunto com diversos órgãos públicos e privados para evitar a introdução da doença no estado.
Santa Catarina e o Brasil seguem livres da doença, mas casos foram confirmados em outros países da América do Sul no fim do ano passado e, mais recentemente, foram detectados focos em animais silvestres na Argentina e no Uruguai. “Estamos em alerta máximo porque estas aves silvestres têm rotas de migração que passam por nosso território: uma rota litorânea, uma rota no Planalto Catarinense e uma rota no Extremo Oeste. A Cidasc está fazendo o trabalho de vigilância ativa e passiva intensamente e o trabalho de educação sanitária em todas as mídias foi reforçado”, explica a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos.
A Secretaria da Agricultura, à qual a Cidasc está subordinada, também participa dos esforços e engajou a Epagri no trabalho de orientação aos produtores. A Cidasc atua em parceria com órgãos ambientais, como o Instituto de Meio Ambiente (IMA) e o Programa de Monitoramento de Praias para o trabalho de vigilância das aves silvestres. A troca de informações entre os diferentes órgãos permite identificar casos suspeitos em aves de vida livre o quanto antes e adotar mais medidas para impedir a contaminação em granjas.
O setor produtivo é outro parceiro importante: assim como a Cidasc, o Sindicarne e o Icasa vem reforçando entre os produtores recomendações sobre impedir visitação dos aviários e ajustar a estrutura física, impedindo o contato das aves de criação com aves de vida livre. Nas estradas, as polícias rodoviárias estadual e federal colaboram com o trabalho dos agentes agropecuários nos Postos de Fiscalização Agropecuária, que fazem a fiscalização de cargas e orientam motoristas. A Cidasc elaborou inclusive uma versão bilíngue de folders, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sobre a influenza aviária para o trabalho de educação sanitária em estradas próximas a região da fronteira com a Argentina.
A capacitação de profissionais é outra linha de ação, com a oferta de um curso online e gratuito para médicos veterinários, destinado a atualizar os conhecimentos sobre a gripe aviária. Os departamentos regionais estão fazendo também um módulo prático, com treinamento de necropsia e colheita de material para exames para detecção de possíveis casos da doença.
A julgar pelo cenário enfrentado em outros países, o risco de contágio para humanos é pequeno. Ainda assim, a orientação é para que a população não recolha aves doentes ou mortas. Para as ocorrências de resgate de animais silvestres feridos, o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) disponibiliza atendimento através de WhatsApp, de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h. Para demais ocorrências e horários, acione a Polícia Militar (PM) através do número 190, que fará o devido encaminhamento.
O maior risco que a influenza aviária traz é a mortalidade de aves silvestres e também de aves de criação, perdas que a Cidasc e as entidades parceiras querem evitar. A avicultura é um dos destaques do agro catarinense, que atingiu posição de liderança pelos investimentos feitos pelos empreendedores e pelo status sanitário que foi cultivado ao longo de décadas.