ABPA: Exportações de carne de frango devem chegar às 4,850 milhões de toneladas em 2022, batendo recorde

Segundo informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em relação às perspectivas para o fechamento do ano de 2022 para o mercado de carne de frango, suína e de ovos, divulgada nesta quinta-feira (15), deve haver recuo nas exportações de carne suína e, em relação à carne de frango, queda na disponibilidade interna da proteína e do consumo per capita. Entretanto, a carne de frango deve atingir recorde de exportação.

A produção de carne suína, de acordo com a ABPA, deve encerrar o ano de 2022 com volume entre 4,950 a 5,000 milhões de toneladas, o que representa um incremento em relação ao resultado de 2021 de até 6,5%. Quando se fala em exportação, o volume embarcado deve fechar o ano em até 1,120 milhões de toneladas, o que pode representar queda de cerca de 1,5%. A disponibilidade interna da proteína aumentou este ano em comparação a 2021, chegando perto das 3,830 a 3,900 milhões de toneladas, perfazendo aumento de até 9,5%. 

"No caso das exportações, viemos crescendo ao longo do segundo semestre, e a queda deve ser pequena. Há surpresas de outros mercados sendo abertos, como Canadá, por exemplo, e ampliação nas compras por parte de outros países", apontou o presidente da entidade, Ricardo Santin. "Tivemos uma queda nas exportações de carne suína para a China, que se recupera da Peste Suína Africana, mas que se estabilizou e que deve se recuperar no ano que vem, com relaxamento de algumas medidas de relaxamento de restrições impostas por casos de Covid-19 no país", completou.

Ponto positivo para o aumento do consumo per capita da carne suína no país, saindo de 16,7 quilos por habitante/ano em 2021 e chegando perto dos 18 quilos per capita/ano em 2022, incremento de até 8%. "Essa carne foi uma substituição durante a pandemia em parte no lugar da carne bovina, e foi sde tornando um hábito de consumo dos brasileiros", apontou a liderança.

No caso da carne de frango, a produção da proteína em 2022 deve fechar com ampliação de até 1,5% no comparativo com o ano passado, com volume entre 14,450 a 14,500 milhões de toneladas. As exportações são projetadas para aumentarem em 5%, com embarques na casa das 4,800 a 4,850 milhões de toneladas. 

"Há uma demanda global crescente, e o Brasil deve ser chamado a atender a estas lacunas. As exportações neste ano de 2022 houve aumento de 5% em volume e de 29,3% em receita no comparativo com 2021. É um crescimento vigoroso, que era em parte já projetado, mas tem muito da influenza aviária e principalmente da guerra entre Rússia e Ucrânia, que diminuiu o fornecimentod e cereais para muitos países, que diminuíram a produção", aponta Santin.

Em relação ao mercado interno, projeta-se queda na disponibilidade interna, na ordem de 0,2% em relação a 2021, chegando em até 9,700 milhões de toneladas. Nesta linha, o consumo também deve ser reduzido em 0,8%, passando de 45,5 quilos per capita/ano em 2021 para até 45,1 quilos por habitante/ano em 2022. A queda do per capita este ano foram ajustes pontuais, fosse por questão de transporte ou em relação a questões de população, segundo Ricardo Santin.

Conforme informações da ABPA, deve haver uma oferta global de carne de frango apertada, com a contínua preocupação com a influenza aviária, atualmente com foco ativo em mais de 40 países ao redor do mundo. Há também previsão de gargalo com mão-de obra e logística, que devem prejudicar o mercado.

PERSPECTIVAS PARA 2023

Para 2023, a perspectiva para a produção da proteína suinícola é de que haja um incremento na produção do produto de até 4%, podendo atingir 5,100 a 5,150 milhões de toneladas. No caso das exportações, pode haver ampliação de até 12% no comparativo com o resultadod e 2022, com volume embarcado de 1,200 a 1,250 milhões de toneladas. A disponibilidade interna da proteína também deve aumentar em 2023, cerca de 3%, com 3,850 a 3,950 milhões de toneladas, assim como o consumo per capita, chegando perto dos 18,5 quilos epr capita/ano, avanço de 3% em comparação a 2022.

Em relação à carne de frango, a projeção para a produção de carne de frango é de avanço na produção da proteína de até 2%, podendo atingir 14,600 a 14,750 milhões de toneladas. No caso das exportações, pode haver aumento de até 5% no comparativo com o resultado de 2022, com volume embarcado de 5,000 a 5,200 milhões de toneladas. A disponibilidade interna da proteína também deve aumentar em 2023, cerca de 0,5%, com até 9,750 milhões de toneladas, assim como o consumo per capita, chegando perto dos até 45,5 quilos epr capita/ano, avanço de 0,8% em comparação a 2022, o que representa uma retomada do consumo visto em 2021.

MERCADO DE OVOS

Segundo os dados apresentados pela ABPA, a produção em 2022 deve ter uma queda de 5% no comparativo com 2021, atingindo até 52,070 bilhões de unidades. O consumo também tem projeção de baixa, na ordem de 6%, passando de 257 unidades por habitante/ano em 2021 para 241 unidades por brasileiro em 2022. As exportações têm estimativa de recuo em 2022 no comparativo com 2021, podendo atingir 12% de baixa, com até 10 mil toneladas embarcadas.

Para 2023, se espera uma queda na produção de até 2% em relação a 2022, com até 51,025 bilhões de ovos produzidos, assim como o consumo per capita, com prospecto de queda de até 2,5% no ano que vem, passando para 235 unidades consumidas por habitante/ano. As exportações, por outro lado, devem crescer em até 10% em 2023, alcançando a casa das 11 mil toneladas.