Frigorífico do PR vai exportar carne suína para Singapura
As exportações brasileiras de proteína suína aumentaram 11% em volume no ano passado, segundo dados da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Para os frigoríficos, alcançar um melhor desempenho no mercado externo é estratégico para viabilizar as oportunidades de crescimento, principalmente diante de oscilações de cenários no mercado interno.
No Paraná, segundo maior produtor de proteína suína do Brasil, o RPF Group - que tem sede em Ibiporã, na região norte, e ocupa a quarta posição entre os maiores fabricantes de carne suína no Estado – comemora a habilitação para exportar para novos países.
O grande destaque entre as mais recentes autorizações é o mercado de Singapura, país asiático que vem buscando no Brasil um expressivo volume de proteína suína, mas apresenta exigências específicas de seus fornecedores, com necessidade de aprovação pela SFA - Singapore Food Agency.
Além de Singapura, no ano passado a RPF ampliou suas habilitações de exportações para quatro novos países: África do Sul, Argentina, Paraguai e Uruguai, que também apresentam exigências específicas.
Tais exigências podem variar de um país para outro. Mas, segundo Geovane De Toni, gerente de Garantia da Qualidade do grupo, a RPF não necessitou realizar qualquer adequação para atender os novos mercados, visto que o método utilizado pela empresa já responde a todos os requisitos exigidos por Singapura e demais países, derivando de um investimento constante em qualidade e no controle de processos e na segurança de alimentos.
“Cada país possui um protocolo específico. Os países que chamamos de ‘Lista Geral’ ou ‘Lista Brasil’ permitem o comércio sem habilitação prévia pois entendem que a legislação brasileira atende aos requisitos sanitários por eles impostos. Há países que habilitam apenas após auditora in loco por parte deles. Outros solicitam apenas o preenchimento de questionários específicos e outros são habilitados por indicação”, detalha De Toni.
Exportar é preciso
O gerente comercial do RPF Group, Marcos Pezzutti, revela que a estimativa de venda para o mercado de Singapura é de cerca de 10% do volume exportado pelo grupo. Ele destaca que o país pratica diferenciais de preços em relação aos demais da região, o que garante mais atratividade nessa operação. “A entrada em Singapura só foi possível pela qualidade de nossos produtos, que decorre de todo um sistema de rastreabilidade que temos implantado. Atuamos diretamente e temos o domínio em toda a cadeia produtiva - da criação, ao abate e industrialização - e isso é um diferencial e tanto no segmento”, garante Pezzutti.
O RPF Group tem atualmente duas unidades frigoríficas no Paraná, em Ibiporã, norte do Estado, e em Bocaíuva do Sul, região dos Campos Gerais. Neste ano de 2022, a previsão é elevar o abate diário das atuais 3.100 cabeças de suínos para 4.100/dia. “Com esse aumento na produção e já considerando os novos mercados para os quais conquistamos habilitações, nossa meta é que as exportações em 2022 cheguem a 35% do total da produção”, contabiliza Pezzutti.
Outros mercados para os quais o RPF Group já exporta incluem Leste Europeu, Argentina, Uruguai e África do Sul.
“A exportação é estratégica para nosso setor. Além de desenvolvermos a nossa marca em outros países, conseguimos compensar determinadas instabilidades do mercado interno devido à sazonalidade dos produtos de um modo geral”, afirma o executivo.