Entrave logístico em Foz do Iguaçu pode baixar preço das carnes no BR e elevar custos de produção, diz analista

Publicado em 16/02/2022 16:50
Consequências são de curto prazo, conforme pondera o especialista, mas preocupam devido ao atual cenário de custos de produção já elevados

A paralisação dos fiscais da Receita Federal, iniciada ainda no final do ano passado, mas agravada nas últimas semanas, trava o trânsito de caminhões na fronteira de Foz do Iguaçu, e nesta quarta-feira (16), já acumulava uma fila de 3,5 mil veículos conforme dados do Sindifoz (Sindicato Patronal do Transporte Rodoviário Internacional de Carga). No caso do setor de granjeiros, segundo o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, no caso das proteínas animais, a paralisação na fronteira pode gerar problemas no curto prazo em duas pontas: no preço da carne e nos custos de produção.

Ele explica que houve acréscimo nas importações de milho no ano passado por conta da quebra da segunda safra no Brasil, além dos estoques de passagem baixos, e o Governo Federal atuou na facilitação da entrada do milho importado no país. Os principais importadores, de acordo com o especialista, foram os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, tendo essa região de Foz do Iguaçu como principal ponto de entrada da mercadoria no país. 

"O que podemos ver é um risco no abastecimento. Sabendo da nossa menor oferta do milho na primeira safra, estoques de passagem baixos, isso tudo tende a impactar os preços ainda mais na questão dos custos de produção, e aí a gente passa a ter um risco no curto prazo de um aumento na procura destes insumos em outras regiões no mercado interno, elevando preços de milho e outras fontes de alimentação dos animais, como farelo de trigo, por exemplo", pontua.

Pensando do lado da questão de entrega de carne suína e de aves para a América do Sul, em relação à carne suína, o Brasil atende principalmente Argentina, Chile, Uruguai, e essa carga também passam diretamente pelo transporte rodoviário saindo com forte tráfego pelo Paraná.

"Então podemos ter dificuldade de escoamento da carne por essa rota, e no curto prazo pode haver uma elevação na oferta de carne suína no mercado interno e pressão de baixa nos preços, já que as entregas para esses países ficaria travada. Para a carne de aves, temos maior pulverização nas exportações, o que teria menor problema. Então o proincipal problema seria o redirecionamento desta carne que sairia do país", afirma.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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