Rabobank: Incertezas na demanda e aumento nos custos de produção devem controlar o crescimento dos plantéis de suínos em 2022

Publicado em 29/10/2021 13:27
A China, maior consumidor de carne suína, deve reduzir o ritmo das importações neste final de ano e no início de 2022, segundo previsões de analistas do banco

De acordo com análise do Rabobank, a nível global, os suinocultores estão enfrentando um horizonte mais desafiador enquanto o mundo tenta sair da pandemia neste último trimestre. Disrupções estruturais e transicionais na cadeia fornecedora e estoque enxuto de grãos no mundo estão aumentando os custos de produção ao passo que oferta crescente de suínos está reduzindo os preços.

O impacto mais severo está sendo sentido nos mercados que estão demorando a se recuperar dos efeitos da pandemia. A queda nos retornos esperados obscureceu as perspectivas de um crescimento de rebanho de suínos em 2022, mas melhorou a sanidade dos plantéis, e ganhos em produtividade devem compensar de certa forma essa lentidão no aumento do rebanho. 

Isso ocorre em um contexto de um 2021 com uma forte produção de suínos, com expectativa de encerrar com avanço de 3,4% em relação a 2020. Maiores quantidades de suínos serão absorvidas à medida em que o mercado global se recupere da pandemia, e até preços mais altos para a proteína devem limitar o consumo em mercados mais descapitalizados. 

DEMANDA

O horizonte econômico da retomada pós pandemia é desafiador, segundo o Rabobank, já que a inflação alta deve limitar o consumo global. Os custos de produção em alta, que impactam diretamente no preço da proteína, devem gerar certa resistência das cadeias de foodservice, ao passo em que a indústria já está tendo que lidar com custos de alimentação e mão-de-obra mais caros. 

No fim das contas, conforme a análise do banco, consumidores devem optar por cortes mais baratos, reduzir o consumo de carne suína ou ainda adquirir outro tipo de carne. 

No caso da China, maior consumidor de carne suína, a expectativa do Rabobank é de que as importações por parte do gigante asiático caiam até o final deste último trimestre, resultando em um declínio de, pelo menos, 10% em comparação a 2020. As importações devem seguir fracas no início de 2022, com um sentimento de mercado em depressão. 

Para o Brasil, o banco prospecta que a demanda deve melhorar à medida em que o processo de vacinação contra a Covid-19 avança e a economia reabra, mas é preciso olhar para as incertezas em relação ao auxílio emergencial cedido pelo Governo Federal. 
 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas + Rabobank

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