Produção de carne suína deve diminuir ritmo em 2022, mas exportações poderão aumentar, segundo ABPA

Publicado em 29/09/2021 10:58 e atualizado em 29/09/2021 14:56

De acordo com informações divulgadas pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta quarta-feira (29) com projeções do setor para a produção e as exportações da avicultura e da suinocultura do Brasil, a produção de carne suína deve diminuir ritmo em 2022 no comparativo com este ano, mas a previsão é de ampliação nas exportações.

Segundo os dados da entidade, a produção em 2021 deve crescer em 6% em relação a 2020, atingindo 4,650 a 4,700 milhões de toneladas. Entretanto, o crescimento produtivo brasileiro projetado para 2022 é inferior, na ordem de 4%, alcançando 4,800 a 4,850 milhões de toneladas.

Em contrapartida, quando se fala em exportação, as perspectivas para o ano de 2022 são mais favoráveis do que o que se espera para 2021. A ABPA informou que o crescimento nas exportações em 2021, em comparação a 2020, deve ser de 12%, chegando a 1,100 a 1,150 milhões de toneladas. Para o ano que vem, o aumento deve ser de 13%, avançando para 1,150 a 1,250 milhões de toneladas.

De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, em 2020 as exportações de carne suína foram o grande destaque do setor de proteína animal, e o ritmo seguiu positivo em 2021, apesar de alguma desaceleração. 

Apesar disso, alguns fatores explicados por Santin embasam a perspectiva de aumento nos embarques para 2022, como, por exemplo, a continuidade de casos ativos de Peste Suína Africana (PSA) em vários países, principalmente na Ásia, o que deve apoiar a demanda pela proteína brasileira.

O consumo per capita da carne suína no país deve seguir o mesmo ritmo de crescimento em 2021 e 2022, aumentando 5% nestes anos. Respectivamente, espera-se que 2021 encerre com um consumo per capita de até 16,90 quilos em 2021 e de até 17,50 quilos para 2022.

CUSTOS DE PRODUÇÃO

Conforme explica o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o setor está repassando os custos de produção até a ponta final, uma vez que os preços de milho e farelo de soja subiram e pressionaram as margens do setor de proteína animal.

"Cada empresa tinha seu perfil de estocagem de insumos, e os aumentos ainda devem continuar a subir até que se haja um equilíbrio com os custos de produção e o preço pago ao produtor. Por causa desse aumento nos custos que vêm ao longo de meses, estas altas nos preços das proteínas animais vieram para ficar, já que é necessário que o setor tenha uma recomposição e balanço", apontou. 

Outro assunto levantado por Santin é de que a proteína animal está sendo "apenas o vetor" deste aumento, já que, pelos dados levantados pela entidade (ver tabelas abaixo), a disponibilidade de proteína animal no mercado interno segue alta.

 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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