Pesquisadores chineses encontram mutação natural no vírus da peste suína africana
Cientistas chineses descobriram uma mutação natural no vírus da peste suína africana que, segundo eles, pode ser menos mortal do que a cepa que devastou o maior rebanho suíno do mundo em 2018 e 2019.
Os resultados, publicados na edição de fevereiro do Chinese Journal of Veterinary Science esta semana, surgem em meio a um intenso debate na indústria sobre a evolução da doença para a qual não há vacina aprovada.
A Reuters relatou no mês passado que pelo menos duas novas cepas de peste suína africana foram encontradas em fazendas de suínos na China, que pareciam ser de origem humana.
As cepas estão causando uma forma crônica de peste suína africana que está afetando a produção nas fazendas de porcas, disseram fontes da indústria.
Os pesquisadores do Instituto Veterinário Militar de Changchun disseram que parecia haver uma tendência crescente de redução da mortalidade por peste suína africana, com mais sintomas clínicos que não são fáceis de detectar e difíceis de controlar.
Essas características também foram atribuídas a cepas que se acredita terem sido feitas para uso em vacinas ilícitas.
Mas os pesquisadores disseram que, com o período prolongado de peste suína circulando na China, variantes naturais inevitavelmente apareceriam.
Variantes menos virulentas também foram encontradas na Letônia e na Estônia nos últimos anos.
A nova cepa, chamada HuB20, foi isolada de carne suína amostrada em um mercado na província central de Hubei, disseram Hu Rongliang e colegas do instituto do Exército de Libertação Popular da China.
Ele tinha uma deleção parcial do gene CD2v e um gene 8CR adjacente. Pesquisas anteriores na Rússia sugeriram que a exclusão dos dois genes poderia proteger contra a peste suína africana.
Os genes são diferentes daqueles ausentes nos isolados de vírus descritos anteriormente à Reuters por participantes da indústria.
“Esta variante não contém nenhum gene marcador conhecido, indicando que variantes naturais de ASFV estão ocorrendo na China e isso pode estar relacionado à epidemia subaguda de ASF no país”, escreveram os autores.
Hu e seus colegas disseram que um trabalho está em andamento para validar a virulência da nova cepa.
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