Desempenho do frango (vivo e abatido) na 21ª semana de 2020, terceira de maio
Quarentenas, “lockdowns” e antecipação de feriados frustraram (ou postergaram) a possibilidade de um melhor desempenho do frango na terceira semana de maio, vigésima primeira de 2020.
Esperava-se mais do período, ao menos para o frango vivo. Pois, mesmo com o avanço da segunda quinzena, o mercado permaneceu firme, denotando queda de oferta em relação a semanas anteriores. Porém, a indefinição do mercado final impediu qualquer reajuste de preço, que permaneceu estável em R$3,00/kg, mas já com alguns relatos de (novamente) negociações a preços inferiores.
O frango abatido, por seu turno, continuou apresentando o comportamento típico de toda quinzena do mês – com queda nos preços. Mas, desta vez, de forma bem mais aguda que em ocasiões anteriores. Em tal grau que fechou a última sexta-feira (22) valendo quase 6,5% menos que na sexta-feira anterior. E com uma depreciação de 9% em relação ao mesmo dia de 2019.
No entanto, o que mais chama a atenção neste instante é a relação de preços entre frango vivo e abatido, provavelmente uma das menores – senão a menor – de todos os tempos.
É verdade que, no decorrer do tempo (e à medida que a produção integrada se amplia), a diferença de preço entre os dois produtos vem se estreitando. Dez anos atrás (2010), o frango abatido foi comercializado com uma diferença de cerca de 45% em relação ao frango vivo (vivo: R$1,65/kg; abatido, R$2,38/kg). No ano passado esse índice recuou para 30,5% e agora, nos primeiros quatro e meio meses de 2020 está em pouco mais de 28%. Mas o “gap” da última sexta-feira ficou em apenas 9% (frango vivo: R$3,00/kg; abatido: R$3,275 kg, na média).
Naturalmente, isso não reflete a situação do mercado como um todo, visto que, integrada, a maior parte do setor abate seus próprios frangos. Mas serve para demonstrar a deterioração de preço ora enfrentada pela ave abatida. E sua comercialização a preços inferiores ao custo (o que se aplica também à ave viva), porquanto o levantamento mensal da Embrapa Suínos e Aves apontou que, já no mês passado, produzir um frango (sem considerar, ainda, as despesas com o abate) custou R$3,40/kg