BRF de Lajeado (RS) pede à justiça para fazer abate de aves e suínos, mas tem pedido negado

Publicado em 14/05/2020 17:51
A solicitação da empresa era para abater 1,1 milhão de frangos e 500 suínos no período de 15 dias, processo feito por cem trabalhadores; planta segue fechada por contaminações de Covid-19 entre funcionários

O Tribunal de Justica (TJ) do Rio Grande do Sul negou pedido feito pela unidade da BRF de Lajeado, que processa frangos e suínos, de abater 1,1 milhão de aves e 500 suínos, utilizando a mão-de-obra de cem funcionários. O pedido foi protocolado pema companhia na quarta-feira (13), e negado pela juíza Carmen Luiza Barghouti. A empresa está fechada desde decisão judicial expedida na última sexta-feira (8), devido a contaminações por coronavírus entre funcionários.

Na solicitação da BRF, a unidade de Lajeado tem capacidade de abate de 4 mil suínos/dia e de 460 mil aves/dia, e menciona que a capacidade atual de abate das unidades da companhia não e que seu plano de produção não permite aumento do abate além do que já possui em campo. Cita inclusive as limitações de outros frigoríficos do Estado que estão em atividade, mas com capacidade reduzida devido à medidas de prevenção contra a Covid-19, e a quantidade de animais em campo que precisam ser abatidos, dado o ciclo de produção.

"As fábricas da BRF no Estado do Rio Grande do Sul (filiais Serafina Correa e Marau) não abarcam o abate dos alojamentos de campo da filial de Lajeado em razão do tipo de produção diferente e a capacidade de operação já no limite; bem como, as empresas terceiras Minuano e Nicolini já se encontram igualmente limitadas a atender o plantel existente no campo".

A planta da Minuano em Lajeado também segue fechada por decisão judicial, e a Nicolini, em Garibaldi, também com problemas por contaminações de coronavírus entre funcionários, segue em atividade com 25% do quadro funcional. A alternativa que a BRF cita no pedido e que já estaria sendo implementada é o remanejamento de parte dos animais para uma unidades da companhia em Santa Catarina nas próximas duas semanas. 

A resposta negativa da juíza Carmen Luiza Barghouti, que também expediu a medida para fechamento da planta no último dia 8, informa que não há justificativa para o pedido, uma vez não houve interdição, apenas suspensão temporária das atividades, por 15 dias. 

"A narrativa da demandada refere como tentativa de remanejamento apenas para suas unidades, para empresa Minuano e para a empresa Nicolini e não em todos os frigoríficos da região. Portanto, tal pedido não foi ingressado no momento oportuno, ou seja,  quando ainda não esgotadas todas as medidas enunciadas pelo texto normativo Federal, a fim de se evitar a matança".

O Notícias Agrícolas entrou em contato com a assessoria de imprensa da BRF para que a companhia emitisse um posicionamento a respeito do fato, mas nenhuma resposta ainda foi recebida. 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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