Exportação de frango na primeira semana de maio registra queda de 20% no preço pago por tonelada; carne suína teve altas

Publicado em 12/05/2020 15:32 e atualizado em 12/05/2020 16:19
Especialista explica que redução no preço do frango é para ganhar competitividade, e mesmo com a queda, o câmbio faz com que as exportações brasileiras ainda sejam rentáveis

De acordo com dados divulgados na segunda-feira (11) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Governo Federal detalhando os resultados preliminares das exportações até a primeira semana de maio, a carne suína teve desempenho positivo em todos os quesitos. Entretanto, o frango teve uma redução no valor pago por tonelada na ordem de 20,06% em comparação com maio do ano passado. 

O preço pago por tonelada da carne de frango até a primeira semana de maio deste ano foi de US$ 1.357,7, 20,06% menor com os US$ 1.698,4 praticados em maio do ano passado. 

Segundo Yago Travagini, analista de mercado da Agrifatto, isso é comum em períodos em que há valorização do dólar; preço em dólar cai e em real sobe. Ele explica que esta redução de 20% no preço é compensada pela evolução do dólar, atualmente com média de R$ 5,69, quantia 45% mais alta que a média do dólar em abril do ano passado, que era de R$ 3,92. 

"Como o frango é uma proteína de produção mais rápida, as indústrias reduzem preço em dólar pra ganhar competitividade. Como as plantas de aves foram pouco afetadas em outros países produtores, a indústria abaixa o preço de venda em dólar pra ser mais competitiva", disse.

Apesar disso, a média paga por dia teve aumento de 36,38%, passando de US$ 27.560,6 mil em maio passado para US$ 37.588,4 mil no início deste mês.

As toneladas por média diária de carne de frango embarcadas até agora em maio tiveram um avanço de 70,62%, colocando em confronto as 16.227,1 toneladas em maio de 2019 com as 27.686,1 toneladas este ano.

De acordo com Douglas Coelho, sócio da Radar Investimentos, o resultado no avanço dos volumes embarcados é fruto de uma soma de fatores, como a desativação de plantas processadoras de carne nos Estados Unidos, paralisações na Índia, China em atrito com a Austrália, criando um cenário de poucos fornecedores ativos. 

"O dólar também é uma questão que puxa bastante, quem é exportador tem uma grande oportunidade de vender no momento", disse.

No caso da proteína suína, o desempenho na primeira semana deste mês foi positivo, com crescimento de 129,75% no valor por média diária, passando de US$ 6.086,3 mil dólares em maio do ano passado para US$ 13.983,0 mil dólares este ano. 

Em relação à média diária de toneladas embarcadas, o valor de 5.955,1 do início deste mês foi 121,30% superior às 2.690,9 toneladas no mês do ano passado. 

O valor pago por tonelada de carne suína também avançou, 3,82%, quando comparados os US$ 2.261,8 praticados em maio de 2019 contra os US$ 2.348,1 da primeira semana deste mês.


PRIMEIRO QUADRIMESTRE

O acumulado dos primeiros quatro meses de exportação de carne suína brasileira apontam para um aumento de 56,6% no faturamento, de acordo com informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. 

Em relação ao volume embarcado, o aumento foi de 29,1% entre janeiro e abril desse ano em comparação com o mesmo período no ano passado, enquanto o preço pago em dólares por quilo subiu 21,5%. 

Neste primeiro quadrimestre, o país que mais importou carne suína foi a China, representando 56% das compras, seguido por Hong Kong, com 13%. Santa Catarina permanece na liderança como maior estado exportador do produto brasileiro, com crescimento de 44,5% nos embarques nos primeiros quatro meses deste ano. Destaque também para o avanço nas exportações de suínos feitas pelo Rio Grande do Sul, que subiram 72,7% no período. 

A carne de frango teve resultados mais modestos; aumento de 3,2% no faturamento entre janeiro e abril deste ano, e progressão de 6% nas toneladas embarcadas em relação ao período de 2019.

O valor pago por quilo do produto em dólar teve uma queda de 3,1%, o que o sócio da Radar Investimentos, Douglas Coelho, classifica como não relevante, sem representar uma tendência de mercado, mas uma variação normal para o setor. 

A China foi o país que mais comprou o produto brasileiro, sendo responsável por 23% dos volumes no primeiro quadrimestre, seguida do Japão e da Arábia Saudita, ambos com 12% cada no montante das aquisições de frango. 

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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