Após quedas sucessivas, maio começa com altas para suinocultura independente
Depois de serem castigados nos meses de março e abril pelos preços baixos e altos custos de produção, os suinocultores independentes das principais praças produtoras do país viram os preços aumentarem na primeira semana de maio.
A alta em Minas Gerais foi de R$ 0,40, com o quilo do suíno no mercado independente negociado a R$ 5 no fechamento da bolsa de suínos nesta quinta-feira (7).
De acordo com Alvimar Jalles, médico veterinário e consultor de mercado da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG), a semana mostrou um mercado muito dinâmico em Minas Gerais.
"Do produtor ao varejo, a nossa plataforma de dados, que monitora o volume de animais, já apresentou queda de pesos médios. Com oferta menor que a procura os preços subiram novamente", disse Jalles.
Santa Catarina, que também negocia os animais no mercado independente na quinta-feira, registrou alta de R$ 0,23, atingindo o preço de R$ 4,20 neste dia 7.
Losivanio de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), acredita que a tendência é que os preços comecem a melhorar a cada semana, principalmente com o retorno parcial do funcionamento de comércios em São Paulo a partir do dia 11.
"O valor ainda não chegou no custo de produção, que é de R$ 4,45, mas já parou de cair. Houve boa procura por parte dos frigoríficos desde sexta-feira (1), e com as exportações em bom ritmo, as integradoras vão manter os preços pagos aos integrados, o que também ajuda a sustentar os preços para o independente", explica.
Em São Paulo, o acordo de comercialização do suíno independente nesta quinta-feira (7) foi de R$ 4,53/kg.
O presidente da Asscoiação dos Criadores de Suínos do Mato Grosso (Acrismat), Itamar Canossa, explica que o estado viu a média de preço para o quilo do suíno vivo aumentar de R$ 3,17 na semana anterior para R$ 3,28/kg esta semana.
"Esse aumento a gente já previa na semana passada, com as reações dos preços nos outros estados, como santa Catarina, por exemplo. Só de parar as quedas, já é uma notícia positiva, e acredito que se não houver nenhuma situação adversa, essa subida vai ser gradativa e contínua".
No Rio Grande do Sul, o aumento no preço em relação à semana anterior foi mais modesto, R$ 0,02, chegando a R$ 3,85/kg. Ainda assim, de acordo com Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), é uma boa sinalização de mercado reativo.
"Tem a entrada dos salários, do benefício do Governo Federal, e também o Dia das Mães, que ajuda a movimentar as compras. As exportações indo bem também fazem com que o mercado interno fique mais enxuto", disse.
Se na semana anterior, o mercado de suínos independente era mais especulativo no Paraná, segundo Jacir José Dariva, presidente da Associação paranaense de Suinocultores (APS), com negócios na faixa dos R$ 3,50/kg, esta semana suinocultores já fazem comercializações em torno de R$ 3,90 a R$ 4 o quilo.
"A procura começou a aquecer e o produtor ficou mais animado. Os negócios estão bastante firmes, e se o preço não for satisfatório, o suinocultor não entrega, está puxando nesta queda de braço".
Ainda que o preço atual esteja longe dos R$ 5 do custo de produção, Dariva afirma que a situação passa a ser menos dedesperadora para o produtor do que nas últimas semanas, e ele acredita que esta reação nos preços deva ter continuidade.