Primeiro trimestre na suinocultura com oportunidades surgindo de riscos

Publicado em 22/01/2020 11:41

Segundo análise divulgada nesta quarta-feira (22) pelo Rabobank, as crescentes pressões sobre doenças continuam a desafiar o mercado global de proteína animal e continuarão sendo o principal fator de mudança no setor global em 2020.

Conforme explica o analista sênior de proteínas animais do Rabobank, Chenjun Pan, embora a gravidade do impacto da peste suína africana (PSA) tenha reduzido em algumas regiões, o escopo da doença aumentou nos últimos meses.

"As ramificações em 2020 levarão a uma cautela contínua sobre a expansão da produção em algumas regiões e a uma maior demanda de importação no balanço global", afirma. 

China: Mais importações esperadas

A PSA continua a se espalhar na China, embora o ritmo tenha diminuído. As políticas incentivam o reabastecimento e a expansão da produção, atualmente conduzida por grandes empresas com melhor biossegurança e modernas instalações agrícolas. Como o reabastecimento é alcançado principalmente pela manutenção de matrizes, esperamos ver uma queda adicional na produção local em 2020, o que reduzirá a produção geral de carne suína. Isso sugere que as importações aumentarão em 2020, acima dos níveis recordes.

Europa: crescimento lento da produção

Após um ligeiro declínio estimado em 2019, a produção de carne suína da União Europeia (UE) deverá aumentar cerca de 1% em 2020, impulsionada por preços elevados e forte demanda de exportação. No entanto, incertezas, como a negociação de acordos comerciais do Brexit e os riscos locais de PSA, afetarão a produção e o comércio da UE.

EUA: crescimento contínuo da produção em 2020

Prevê-se que a produção de carne suína em 2020 aumente 3,2% em relação a 2019, impulsionada por um crescimento modesto no rebanho de criação e melhoria da produtividade. A demanda de exportação de carne suína permanecerá robusta, devido ao aumento esperado de embarques após a implementação dos acordos comerciais com a China e o Japão. 

No entanto, a escassez de mão-de-obra continua sendo uma restrição importante em 2020, à medida que os aumentos  no suprimento de suínos continuam superando a capacidade do empacotador - um problema que velocidades mais rápidas da linha de empacotamento poderiam ajudar a mitigar.

Brasil: Exportações sobem para níveis mais altos

Como visto em 2019, o impacto do PSA deverá aumentar ainda mais a demanda internacional de carne suína brasileira. Da mesma forma, a demanda doméstica está constantemente melhorando, apoiada nas reformas econômicas em andamento. Como os custos de alimentação devem permanecer razoáveis ​​e os níveis de preços devem permanecer altos, as margens ao longo da cadeia de produção serão bem suportadas em 2020.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas e Rabobank

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