Peste Suína Africana impulsiona ações dos quatro maiores frigoríficos brasileiros
As ações dos quatro maiores frigoríficos brasileiros estão sendo impulsionados em função da epidemia de peste suína africana, que afetou a maioria dos plantéis chineses. Como o vírus ainda não está sob controle, os investidores estão reforçando as apostas nas valorizações na bolsa de valores de São Paulo das empresas de carne: JBS, BRF, Marfrig, e Minerva.
Durante o mês de setembro, os papéis da JBS renovaram as suas máximas históricas e assumiu a terceira posição entre os grupos privados mais valiosos da Bolsa Brasileira (B3). Na Ibovespa, as ações da empresa tiveram um incremento de 183%, a maior alta do índice.
No caso da Marfrig, o mês também foi bastante positivo com a habilitação de dois frigoríficos a exportar para a China, que favoreceu uma alta de 32% nas ações. Entre os meses de janeiro a setembro, os papéis da empresa renderam 101% e foi à quarta valorização mais relevante.
De acordo com as informações do Valor Econômico, os quatros maiores frigoríficos somam R$ 131 bilhões em valores de mercado, sendo que é um valor de R$ 77 bilhões a mais que no fim de 2018.
Especialistas acreditam que a queda no rebanho chinês pode gerar uma demanda de 27 milhões de toneladas de carne de porco, um volume três vezes correspondente ao comércio global de carne vermelha. Quando apareceu o primeiro foco da doença na China, o cenário era excesso de oferta e queda nos preços dos animais por conta da necessidade de abate para tentar conter o avanço da moléstia.
Em entrevista ao Broadcast Agro, o sócio e analista da consultoria MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, destacou que os estoques internos de carnes acabaram na Ásia e os preços começaram a subir. “Os chineses precisam abastecer o mercado, por isso anteciparam a reabertura de plantas brasileiras para exportação, baixaram as tarifas de importação de carne suína, pois terão um enorme vácuo de produção”, comenta.
Outro fator que pode estimular a produção de proteína é o fato de a China deixar de produzir e investir na exportação de carnes. "A questão é se os chineses vão abrir mão da autossuficiência de produção de carne. Se tomarem essa decisão, teremos um estímulo para a produção de proteína animal", finaliza Mendonça de Barros.