Em Santa Catarina, expectativas dos suinocultores não foram atingidas em 2017

Publicado em 19/12/2017 07:50

Após a forte crise enfrentada em 2016, quando os altos custos de produção massacraram a margem de lucro dos suinocultores, 2017 começou de forma positiva para a atividade, com a remuneração em ascensão e as exportações batendo recordes. Contudo, com a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal no dia 17 de março, a instabilidade voltou à tona para a cadeia produtiva de proteína animal brasileira.
 
De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, o valor pago ao suinocultor integrado teve uma queda de R$ 0,30 pelo quilo do suíno vivo ao longo do ano e de R$ 0,50 no mercado independente.
 
O prejuízo ao país não foi maior porque todas as entidades representativas do setor, empresas e lideranças políticas agiram rápido para reestabelecer a imagem positiva da carne brasileira perante os consumidores mundiais.
 
Com o esforço mutuo para recuperar a credibilidade no mercado internacional, o cenário suinícola brasileiro conseguiu se estabilizar. Contudo, meses depois, com a denúncia de pagamentos de propina por uma indústria de carnes a políticos, o caos econômico voltou a imperar no brasil, afetando fortemente a suinocultura. “A as exportações também tiveram uma queda nesse período”, lembra o presidente da ACCS.
 
Fato inédito na suinocultura
 
Pela primeira vez na história da suinocultura catarinense, de setembro a dezembro, época em que o mercado prepara seus estoques para as festas de final de ano, o preço pago pelo quilo do suíno vivo na integração e não tiveram alterações. No mercado independente, o cenário foi de queda em diversas regiões produtoras. As dificuldades para os suinocultores só não foram maiores porque os custos de produção também ficaram estáveis.
 
Embargo russo às carnes brasileiras
 
A partir do dia 1º de dezembro, a Rússia, principal destino da carne suína de Santa Catarina, suspendeu temporariamente a importação de carnes brasileiras. O serviço veterinário russo alegou ter encontrado algumas substâncias, como a ractopamina, que melhora o desempenho na criação de suínos, mas que é proibido na Rússia. “Mais uma vez o produtor foi prejudicado, pois algumas empresas colocaram suínos no mercado independente”.
 
O presidente da ACCS acredita que o embargo russo à proteína brasileira está ligado a questões políticas e que a situação deve se resolver em breve. “Com a retomada das exportações para Rússia vamos ter um mercado promissor para 2018”, destaca Losivanio.
 
Mercado Internacional

 
A abertura de mercado da carne suína brasileira com a Coreia do Sul também aumenta as esperanças dos produtores para um 2018 mais positivo. “Precisamos aumentar a nossa competitividade para conseguir atender esse mercado promissor”, analisa o presidente da ACCS.
 
Mercado
 
De acordo com o presidente da ACCS, as exportações tiveram queda de 6% em 2017, enquanto a produção de suínos registrou um aumento de quase 3%. “Há um aumento no peso de abate e o mercado consumidor não esteve aquecido. O suinocultor precisa crescer com garantias. Só assim a gente vai ter rentabilidade na atividade”, alerta.

Fonte: ACCS

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