Produção em alta e demanda fraca pressionam para baixo o mercado de leite
A produção de leite em alta e a dificuldade de escoamento dos produtos lácteos continuam pressionando para baixo o mercado interno.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, no pagamento de setembro, referente ao leite entregue em agosto, houve queda de 3,6% em relação ao pagamento anterior, considerando o preço médio nacional.
No acumulado desde junho, quando o preço ao produtor começou a cair, a desvalorização é de 7,5%.
A média dos dezoito estados pesquisados ficou em R$1,087 por litro, 8,9% menos na comparação com igual período do ano passado. Veja a figura 1.
A produção brasileira de leite (matéria-prima) cresceu 2,1% em agosto deste ano, frente a julho último, segundo o Índice Scot Consultoria de Captação.
Para setembro, os dados parciais apontam para aumento de 0,5% no volume captado, na comparação mensal.
O aumento dos custos de produção, as condições ruins das pastagens e as margens da atividade se estreitando deverão interferir no ritmo de crescimento da produção de leite em outubro e novembro, até a retomada do capim e melhoria da capacidade de suporte das pastagens.
Para o pagamento a ser realizado em meados de outubro (produção de setembro), 70% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em queda no preço do leite ao produtor, 28% falam em manutenção e os 2% restantes acreditam em alta nos preços do leite.
Ou seja, continua a pressão de baixa em curto prazo, mas alguns fatores nos mostram que o ritmo de queda deverá ser menor nos próximos meses, podendo o mercado ganha sustentação a partir de novembro. São estes fatores de sustentação: os estoques mais enxutos nas indústrias, a tendência de estabilidade nos preços dos lácteos no atacado, preços pararam de cair no mercado spot, além da expectativa de uma retomada do crescimento da economia, o que seria bastante positivo para o consumo em médio e longo prazos.